segunda-feira, 16 de julho de 2012

DISCURSO DE JONES, em 12/07/2012, RECEBENDO O TÍTULO DE CIDADÃO TEUTONIENSE

O texto a seguir é de autoria de Jones Sebastião Nunes de Moraes, e se trata do discurso que produziu e que foi lido no dia 12.07.2012 por Paulo Brust, data em que recebeu o título de cidadão teutoniense.


Em nome do Jones e a convite dele, vou ler o seu discurso (Paulo Brust)


Saúdo o Excelentíssimo Prefeito de Teutônia, Renato Airton Altmann, senhor vice-prefeito Ariberto Magedanz, senhor presidente da Câmara de Vereadores, Jonatan Brönstrup, e através dele saúdo todos os vereadores desta Casa, bem como todas as autoridades que se fazem presentes.

Quero saudar os meus colegas que também estão sendo homenageados nessa noite, os amigos, colegas, familiares e a toda comunidade em geral. Também os corações, dos amigos distantes, que estão aqui presentes.


Minha história

Nasci em 06 de maio de 1973, no município de Soledade – Rio Grande do Sul. Já morei em muitas cidades. Escrevendo esse texto, passou na minha cabeça um filme de toda a minha vida aqui em Teutônia. Cheguei aqui com 14 anos de idade. Lembro-me do dia em que cheguei com a minha família. As ruas não tinham calçadas. Chegando na minha casa nova (que ainda não era na Vila Popular), lembro-me que da janela da frente eu via a rua e a avenida sem asfalto. Pensava: "- será que ficarei aqui muito tempo?" Minha mãe pegava sapatos para costurar em casa de atelieres. Eu adorava contar os pares de calçados já prontos. Eu sabia que o prefeito era o senhor Elton Klepker e via ele na TV com seu andador. Não imaginava que ele seria muito importante para mim. Lembro-me também quando fui ao Centro de Saúde pela primeira vez. Nesse dia, a Rádio Popular nascia. Adorava escutar o Lucas Brune, bem novinho, narrando um jogo de futebol. A voz não era a mesma de agora, mas o talento é o mesmo. Passado um tempo, em 1991, uma querida amiga teve uma ideia. Ela sugeriu eu caminhar com um cavalete e essa ideia ficou na minha mente.


Minha nova história de vida

Em 1995, ingressei na minha querida APAE de Teutônia, onde comecei a minha nova vida. Lembro-me que eu esperava ansioso o meu horário para a fisioterapia. Começava uma bela amizade entre mim e o Glademir Schwingel. Além dos exercícios, nós conversávamos de tudo: futebol, política e assuntos diversos.

Em 1996, eu pedi para caminhar num cavalete. Ele gostou da ideia e iniciamos um novo trabalho. O Glademir pediu para o Klepker um cavalete para mim. Ele me deu aquele que eu tinha visto na TV, que falei anteriormente.

A minha primeira professora foi a Izabel Hermel. Ainda nesse ano, começou a trabalhar na APAE uma jovem professora e então comecei a ir todos os dias para lá. Ela foi a minha segunda professora, a querida Ana Carolina Klein. Lembro-me como se fosse hoje, ela com quatro alunos, pediu-me para escrever o meu nome mostrando as letras embaralhadas de um jogo de letras. Eu comecei a escrevê-lo ao contrário, com a letra "S". Ela disse: "- hi, ele vai dar um trabalho para mim alfabetizá-lo."

Em 1998, conseguimos comprar a casa na Vila Popular. Nesse ano, na APAE, a gente fazia sacolas e cartões de Natal para vender. No final do ano, ganhamos pela primeira vez um dinheiro com as vendas. O valor foi dividido para os alunos da turma da Oficina. Eu ganhei R$ 70,00, dei para a minha mãe e ela colocou piso na nossa casa.


O meu horário na fisioterapia era de manhã e paralelamente comecei um trabalho com a fonoaudióloga, a Fabíola Cardoso. Com ela eu aprendi a falar melhor e também começamos uma amizade bonita.

Na APAE, eu adorava a Semana comemorativa do Portador de Necessidades Especiais porque a gente fazia muitas atividades diferentes. O que eu gostava mais era do dia da discoteca. Ali, passávamos integrados, dançando e brincando, com todos colegas e professores das APAEs do 8º Conselho, aqui da região.

Foi na APAE, que eu viajei sozinho sem a minha mãe.

Numa outra casa onde morei, eu via bem de longe uma casa cor-de-rosa e sabia que ali estava morando a Pequena, uma cadelinha, que a professora, Rosângela Moraes, a levava para a APAE antes de doá-la. Nem imaginava que essa casa seria o meu segundo lar. Eu parava em pé, apoiando-me numa árvore, para ver essa casa.

Em 1999, chegou uma professora na APAE para trabalhar Educação Física, Dança e Teatro. E ela iria mudar totalmente a minha vida, como a dela também. É a professora Sônia Gomes. Eu lancei um desafio para ela e para mim mesmo.


Com a Educação Física

Muitas outras oportunidades foram aparecendo. Em 99, participei da Iª Olimpíada das APAEs. E sempre esses encontros eram muito divertidos, alegres, rever os amigos, mas com atenção no foco, que era da competição. Que, muitas vezes, a alegria do reencontro fazia se perder um pouco o clima de competir. Eu, particularmente, gostava de ver que uns ajudavam os outros sem se importarem em ganhar. Os meus colegas especiais dão exemplos de cooperação. Mas, voltavam ao foco de competir, quando os professores alertavam para o ganhar. Aí, os colegas se ligavam e faziam o que tinham que fazer, mas, mesmo com o alerta, eles ficavam atentos aos adversários, para que não se machucassem e nem ficassem tristes.

A amizade com a professora Sônia estava crescendo. Além do trabalho que fazíamos dentro da Educação Física, ela começou a me dar uns exercícios para melhorar a minha concentração, já que eu tinha muita dificuldade em concentrar-me nas atividades e de me manter em meu centro. No dia 24 de dezembro às 18h 30min, ela me deu o melhor presente da minha vida. O presente não era físico, mas espiritual. Estava iniciando o meu caminho dentro da espiritualidade. E ela me acolheu como seu afilhado.


Capoeira

Em 2004, iniciei na disciplina de Capoeira na APAE com o professor Reginaldo. Quando me desliguei totalmente dessa escola, fiquei um tempo sem jogar. Só voltei a ter contato novamente com essa arte em 2009, no CEMEF, com o Claiton Júnior, professor de capoeira.


Música

Com a disciplina Música, o professor Anderson Altmann ensinou-me a conhecer as letras, as músicas, a saber escutar e a sentir com o coração. Foi muito útil para mim, acrescentando então beleza e ritmo na minha dança.


Com a Dança,

As oportunidades foram maiores ainda. Mas quando iniciamos essa disciplina, eu dançava como aluno comum com coreografias comuns. Sentia que faltava alguma coisa. Queria mais! Queria o Tango! Por que o Tango? Porque o Tango representava uma conquista, uma dança bonita e queria ter uma parceira. Vivenciar tudo isso era o meu grande desafio. Lancei para a professora Sônia. Ela me olhou com uma cara de interrogação e me disse:

"- Jones, deixe isso para lá. Não vamos pensar em dança, por enquanto. Vou dar aula de educação física também e quero trabalhar outras atividades primeiro com você e toda a turma. Está bem?"

Eu respondi a ela sorrindo "– Está bem." E sei que ela colocou esse pedido no seu coração como um desafio para ela e para mim. E deu certo! Um dia na APAE, eu vi um filme A Bela e a Fera e eles dançavam uma valsa. Eu pensei: "- poderia ser o Tango!"


O Tango da Vitória

O quebra-cabeça só foi montado quando a professora Sônia foi fazer um curso de Pós-Graduação em Dança Cênica. Ela aproveitou o desafio que eu lancei a ela e, chegando de volta a Teutônia, falou-me: "- Jones, te prepara que faremos o teu Tango." Eu, feliz, pulava de joelhos. Montamos o Tango com uma colega da APAE. O nome da coreografia foi A Bela e a Fera. O trabalho de monografia levou o nome A DANÇA NUM CORPO DIFERENTE.

Em 2002, levamos essa dança para o V Festival Regional "Nossa Arte" das APAEs. Na coxia eu olhava as outras danças com muito brilho, roupas e cenários coloridos e na nossa dança só tinha um cavalete e uma cadeira, além de mim e da minha parceira, vestidos com roupa de tango de maneira bem simples. Chegando na hora da nossa apresentação, coloquei o pé no palco e senti que ganhei uma energia do "alto", que foi muito linda. Estava na expectativa, porque fui eu que escolhi a música e fiz a estória inicial da coreografia. No final, deu tudo certo, fomos campeões na modalidade Dança.

A partir daí, o Tango revolucionou a minha história. Fomos convidados para palestras-show, viagens, apresentações artísticas, eventos, etc. Participamos também de Congressos e Fóruns. Inclusive, a madrinha levou para a Índia, no Fórum Social Mundial, o nosso trabalho da monografia, expondo-o. Lembro-me que ela disse que o Tango ficou rodando várias vezes na TV interna dentro do Comitê Brasileiro, dentro do Fórum. As pessoas passavam pela frente, me olhavam e ficavam nos assistindo, admirando-nos.

Esse ano foi muito marcante. Várias outras ações minhas mudaram decisivamente a minha vida: eu votei pela primeira vez; comecei a estudar numa escola regular, cursando a EJA – Educação para Jovens e Adultos; viajei para fora do estado. Mas o mais inusitado de tudo foi quando eu viajei de avião. Muitas emoções, surpresas, eu estava em êxtase.

A minha primeira professora na EJA foi Roseli Hartmann. Muito querida e atenciosa. Ela adorava pegar no meu "pé", porque eu tinha a mania de colocar o lápis na minha boca. Ela dizia: "- Um dia ainda vai ficar com uma metade do lápis na mão e a outra na boca." E o pior de tudo isso é que aconteceu mesmo.

A turma colocou-me o apelido de "campeão". Campeão da vida pelas minhas ideias, pelo esforço que fazia para me superar a cada dia e pela minha alegria.


Conexões

Na EJA estava tudo bem. Porém, eu levava uma hora para caminhar e subir o morro de uma quadra da minha casa até a Escola com o cavalete. Ou minha mãe tinha que me levar de cadeira de rodas. A cadeira era muito velha e pesada. Dava um trabalhão para ela. Eu me sentia muito mal com isso. Então, lancei um novo desafio para a madrinha, a professora Sônia: "– Madrinha , gostaria de ter uma cadeira motorizada.

- Mas como faremos para conseguir? É muito cara! Disse ela.

Pensei, pensei e disse:

- Você tem um grupo de dança e nunca fez um espetáculo com seus alunos para os pais. Vamos fazer agora um grande show; vendemos ingressos e com esse dinheiro compramos essa cadeira.

- Grande ideia, falou."

Então, em 2003, foi o lançamento do primeiro espetáculo, o Show Beneficente Conexões. Com a parceria da Administração Municipal, da Orquestra Municipal, esse evento conseguiu atingir o seu objetivo e consegui a minha cadeira motorizada.

Outra ideia que deu certo. E esse ano será a 9ª edição.

Nesse ano ainda, a madrinha me integrou numa Turma, chamada Especial, do seu grupo de dança, o "Danças & Ritmos", em que eu dançava com alunos não deficientes.

Em janeiro de 2005, fui assistir Tangos e Tragédias em Porto Alegre com a madrinha e seu esposo. A apresentação foi no Theatro São Pedro. Ali, eu me imaginei dançando o Tango. Passaram-se dez meses e eu estava lá no Theatro dançando o Tango e outras danças com o Conexões Porto Alegre. Outro marco na minha história.

Em 2007, o nome A DANÇA NUM CORPO DIFERENTE começava a mudar para A ARTE NUM CORPO DIFERENTE. Lancei mais dois desafios para a madrinha querendo o livro e o filme da minha vida. Começamos a escrever a nossa história. Surgiram oportunidades de participarmos de livros coletâneas. A nossa história começou a ser eternizada. No início, participei somente como coautor. Pouco a pouco, fui conquistando o meu espaço e também, agora, sou autor.

Quando terminei a EJA, em 2008, cursei o curso de Informática para a 3ª Idade com o meu amigo, o professor Rafael Zimmermann, no Colégio Teutônia. Ele me mostrou um programa, que é comum, mas para mim é o melhor do mundo, é o Paint. Eu comecei a brincar com ele. Fazia objetos simples, elementos da natureza e projetei a ampliação da minha casa.

Em 2011, eu fiz meu primeiro trabalho gráfico para dar de presente para a minha amiga Wandinha, a irmã da madrinha, por ocasião do seu aniversário. A Suélen, a filha dela, adorou e disse que era para eu fazer mais trabalhos e, quem sabe, até vender. Entusiasmei-me e comecei a fazer essas artes com temas diversos. Veio então, a TeutoArt com o 1º Salão de Artes Visuais. Eu não sabia que existia esse tipo de Arte. Com o evento, houve a possibilidade então de eu expor os trabalhos digitais. Ganhei o primeiro lugar em Arte Digital com o voto popular.

Em 2010, ingressei no IECEG cursando o Técnico em Informática. Onde estou até hoje.

Com tudo isso, comecei a me sentir muito querido e útil em Teutônia e em outros lugares onde fomos mostrar a nossa Arte. Fomos muito requisitados para palestras e apresentações, tanto na área cultural quanto, principalmente, na área educacional.


AGRADECIMENTOS

Primeiro: a Deus

Segundo: à minha família espiritual, principalmente, às minhas irmãs espirituais de Teutônia, Lajeado e Paverama

Terceiro: a APAE de Teutônia.

Tenho orgulho de falar, entrei na escola especial como um deficiente e saí de lá como um cidadão portador de necessidades especiais

- ao vereador e presidente da Câmara, Jonatan Brönstrup, por ter acreditado em mim e indicar para receber o título máximo de cidadania

- à Câmara de Vereadores

- à Administração Municipal, que sempre ajudou a mim e a minha mãe e apoiou as minhas ideias, através da professora Sônia

- às EMEFs Guilherme Sommer, Teobaldo Closs, Leopoldo Klepker

- à EEEM Reynaldo Affonso Augustin

- ao Colégio Teutônia

- ao IECEG, à minha turma do Técnico

- ao CEMEF, hoje ainda participo do Grupo Danças & Ritmos e realizo trabalho voluntário na Secretaria. Aos professores: vocês são guerreiros da Educação!

- à minha turma de dança do CEMEF

- ao senhor Elton Klepker

- ao Glademir Schwingel

- a todos os meus professores, que foram e são os meus mestres

- a todos os profissionais que me orientaram e continuam a me oferecer atenção e carinho

- a grande família da professora Sônia, a minha segunda família

  • ao meu amigo William e ao Nash, pela parceria do dia a dia e pelo momentos festivos no Grenal. Ao amigo Tiago, pelos papos "cabeça" e ao Valdur pelas comidas boas;

  • à minha querida BisaVó Vanda, com você, agora, eu sei o que é ter vó. Obrigado pelas Bananas Splits, agora com 6 bolas

- à Wandinha, pelos momentos alegres e festivos na praia

- à Verinha, pela sempre parceria

- às "tias" do CEMEF, que sempre me dão o mamão e o pãozinho cortadinhos

- ao Artêmio, o Puvi, o motorista escolar pelo gostoso colinho, carregando-me muitas vezes abaixo de chuva e também sempre me mostrando as coisas bonitas de Teutônia

- ao Paulo Brust, o Paulinho, meu amigo e chefe, por me acolher com carinho no educandário e por ter aceitado esse pedido de ler o meu discurso a vocês

- aos meus amigos, colegas e professores presentes e ausentes nessa noite

- aos meus amigos e colegas especiais

- à Ângela Schaeffer, pelo título dado ao livro "O Tango da Vitória"

- a todos os apoiadores, à imprensa, às escolas do município, às empresas e aos amigos do Show Conexões

- ao maestro Astor Dalferth

- ao meu irmão Gean

- as duas mulheres mais importantes da minha vida:

Começo com a segunda, à madrinha:

Para minha professora, parceira de tango, que sempre acreditou em mim, quem me deu uma nova família, a amiga que escuta as minhas ideias malucas, a minha irmã espiritual, minha nutricionista, que me ensina a comer correto, a pessoa quem me levou para passear e me apresentou o mar, aquela que me ajuda a escrever textos para publicar em livros e desenvolver teatros, enfim, a mulher que faz o melhor café com leite, a minha fada madrinha, Sônia Lúcia de Souza Gomes.


A primeira é a minha mãe:

Mãe, depois de tudo que já passamos, você é um modelo de mulher guerreira e de fibra, de grande coração, meu anjo da guarda. Apesar de sermos pobres, a nossa casa está sempre limpa, bem cuidada e cheirosa. A minha mãe limpa o chão todos os dias para que eu possa me deslocar sem sujar as minhas calças. Antes de ingressar na APAE, minha mãe me dava banho, comida e água na boca, escovava meus dentes e fazia a minha barba. Com o meu desenvolvimento psicomotor, hoje consigo sozinho tomar banho, escovar os dentes, comer com garfo, tomar água no copo e realizar muitas outras ações. Mas a barba, essa ainda ela é que faz.

E a sua "Cassata"... hum que delícia... é a melhor do mundo.

Mãe, toda a vez que eu penso em ti, vem a letra de uma música:


"- Queira Deus, que algum dia, eu te fale a verdade, que vivi um sonho lindo. Mãe, e me orgulho em ser seu filho."

- a todas e a todos, presentes e ausentes fisicamente,

- enfim, a todas as pessoas que foram o meu alicerce, que acreditaram em mim, que seguraram as minhas mãos, que fizeram eu descobrir em mim habilidades que até então estavam adormecidas.


Um acróstico para Teutônia


Terra da

Esperança com a

União,

Trabalho e

Organização.

Nasceu de um sonho dos

Imigrantes com muito

Amor.


Minha Teutônia minha Cidade,

é aqui que eu achei a minha felicidade.

o MEU MUITO OBRIGADO, Jones


terça-feira, 10 de julho de 2012

Saúde e segurança pública são eleitos mais importantes na região

Resultados foram divulgados na tarde de ontem pelo Conselho de Desenvolvimento do Vale do Taquari (Codevat). Processo ocorreu na quarta

Publicado em 10/07/2012- JORNAL O INFORMATIVO DO VALE


Vale do Taquari - Os projetos eleitos pela população no processo de Participação Popular e Cidadã, ocorrido na quarta-feira, devem destinar à região um total de R$ 5.937.117,65. Os resultados foram divulgados na tarde de ontem pelo Conselho de Desenvolvimento do Vale do Taquari (Codevat). Os projetos destinam R$ 1 milhão para a saúde, no apoio aos 21 hospitais do Vale do Taquari para aquisição de equipamentos e/ou reforma e/ou ampliação (rateio conforme o número de leitos pelo SUS); R$ 1 milhão para a segurança pública, com o reaparelhamento dos órgãos de segurança da região; R$ 1,8 milhão para o desenvolvimento rural e irrigação, a serem investidos no fortalecimento da cadeia produtiva do leite (21 municípios recebem R$ 50 mil cada); R$ 1,2 milhão para os projetos microrregionais mais votados, como o de desenvolvimento social e erradicação da pobreza, com cursos de qualificação ou capacitação para jovens e adultos; e R$ 937.117,65 para projetos em geral.
Já entre as prioridades estratégicas, as duas mais votadas pertencem à área da saúde e contemplam a construção de uma Unidade de Atendimento da Fundação para Reabilitação das Deformidades Crânio-Faciais (FundeF) e de uma Unidade de Atendimento Intensivo (UTI) junto do Hospital Ouro Branco, em Teutônia. De acordo com o presidente do Sindicato dos Hospitais Beneficentes, Religiosos e Filantrópicos da região, André Lagemann, a escolha pelo projeto que contempla os hospitais é fruto da mobilização bem-sucedida do sindicato. "Um dos nossos papéis é o de conseguir recursos aos hospitais, e foi com esse intuito que nos reunimos e entendemos ser de suma importância a busca desse valor", coloca ele, lembrando que o montante pode ser destinado à compra de aparelhos ou ampliação de ambientes. "Há hospitais instalados em prédios que têm mais de 60 anos", informa.
Para a secretária executiva do Codevat, Cíntia Agostini, a consulta deste ano surpreendeu em relação à escolha das duas prioridades estratégicas, ambas relacionadas à saúde. "Essa é uma área sensível a todo mundo, mas o Codevat não tinha ideia de que somente ela seria contemplada", revela. Em se tratando de apostas, o conselho também ficou perplexo com o resultado. "Por causa de toda articulação feita em torno do turismo, imaginávamos que esse seria um tema de maior apelo junto da comunidade, só que a votação mostrou o contrário", coloca. Também a escolha de projetos microrregionais para qualificação e capacitação de jovens e adultos foram uma grande surpresa. "A partir deles, 18 municípios da região vão receber R$ 50 mil cada", expõe ela, que até a tarde de ontem não tinha informações quanto à mobilização das comunidades para votação nesses projetos. "Parece que a população tem se identificado muito com o tema, apesar de não haver grande mobilização em relação a isso", observa Cíntia.

Consulta popular
Este ano, a votação para a consulta mobilizou 34.543 pessoas, sendo 5.748 votos pela internet e 28.795 manuais. O número total de eleitores foi 12% inferior ao processo do ano passado, quando participaram 39.250 pessoas. A votação ocorreu em 240 urnas, entre fixas e volantes, do horário das 9h às 18h, da quarta-feira, e na internet foi das 8h da quarta-feira às 18h da quinta-feira.