Esta semana foi publicada pesquisa que indica Lajeado entre
os quatro melhores municípios com até 100 mil habitantes do Estado. Entre os
quesitos que são avaliados a SAÚDE é determinante. E, neste sentido, cabe aqui
uma reflexão sobre esta pesquisa e sobre a rotina da construção de um sistema
de saúde.
Uma secretaria
municipal de Saúde exige trabalho para avançarmos. Temos várias frentes de
trabalho. Há o trabalho do dia a dia, o trabalho de ponta, que diz respeito
desde as visitas domiciliares dos agentes comunitários de saúde, a manutenção
dos 26 pontos de atendimento ao público, as consultas de enfermagem, de odontologia,
de fonoaudiologia, os atendimentos fisioterapêuticos, de psicologia, etc. Temos
o trabalho médico, consultas, procedimentos e assim por diante. Temos a
distribuição de medicamentos, a realização, agendamento e encaminhamento de
procedimentos, exames, cirurgias. A vigilância em saúde, epidemiologia,
ambiental, sanitária. A lista é longa e a complexidade é nossa rotina. Neste
contexto, 3 mil pessoas são atendidas diretamente na rede de saúde, por semana.
Outras duas mil pessoas buscam outros encaminhamentos e serviços diversos. A
grande maioria destas pessoas está satisfeita e resolve bem suas demandas. Mas
há problemas, claro.
Na SESA trabalhamos sob duas lógicas: melhorar estruturas e
melhorar os processos de trabalho. Para ambos os casos, investem-se recursos
financeiros. E investem-se esforços, pois mudar é um processo danado e penoso,
pois nem todos entendem por que mudar se “sempre foi assim”. Mas persistimos,
pois há a convicção de que é preciso mudar, reformar a forma das relações
estabelecidas, implementar meios fazer mais e melhor. E, como todo processo de
mudança, desacomodar causa deslocamentos e eventuais desconfortos. Natural,
esperado.
Quando falamos em estruturas, falamos das Unidades de Saúde. Pois, neste
momento, estamos ampliando a UBS do bairro Conventos, reconstruindo o Centro de
Saúde do Centro, já reformamos o Centro de Saúde do São Cristóvão e a UBS do
Santo Antônio, ampliamos o Centro de Saúde da Montanha e colocamos a Unidade e
Pronto Atendimento (UPA) para funcionar. Além disso, mudamos o endereço,
melhorando as condições de trabalho, do Ambulatório Municipal de Tratamento da
Dependência Química. Também mudamos o endereço do Serviço de Assistência
Especializada (SAE) em DST/HIV e Hepatites. Estamos encaminhando a mudança de
endereço do CAPS Infanto juvenil “Crescer”. Inauguramos a UBS do Conservas e
estamos com o projeto pronto para a licitação da duplicação da UBS do Jardim do
Cedro e de uma Academia de Saúde do Bairro Olarias. Há outros projetos
engatilhados, que dependem de análise do Ministério da Saúde para serem
contemplados. Da Secretaria Estadual de Saúde captamos R$ 450 mil no ano de
2013, o que demandou participar de reuniões com o ex-secretário da saúde Ciro
Simoni e com a atual secretária de saúde, Sandra Fagundes. Ainda há alguns dias
recebemos duas vans, e temos outros investimentos importantes para 2014. Aguardem.
Tudo isto não cai do céu... Nós saímos do gabinete e corremos atrás de
recursos, nos aproximamos dos pontos de comando, construímos uma rede de
contatos potente e que permite prospectar onde estão os recursos e como podemos
acessá-los. Leva tempo, dá trabalho, mas também trás resultados.
Quando falamos em melhorar os processos nos referimos a
trabalhar a qualidade do trabalho realizado, melhorando fluxos e rotinas e
também investimento na qualificação dos profissionais. Ainda em 2013 realizamos
curso para todos os Agentes Comunitários de Saúde. Nesta semana começou outro
curso, o Caminhos do Cuidado, mais uma vez com este público e com os técnicos
de enfermagem. Sistematicamente enfermeiros, médicos, dentistas, têm reuniões
de trabalho e de avaliação, no qual impera o espírito democrático da
participação. Além disso, mais de uma dúzia de profissionais participa de curso
na Univates sobre Metodologias Ativas nos Processos de Mudança, exatamente para
proporcionar um trabalho cada vez melhor no dia a dia. Estimulamos a produção,
a pesquisa, o acolhimento. Incentivamos os servidores a buscarem mais. É o
nosso trabalho na secretaria.
Para dar um exemplo do que é este trabalho, nesta última
segunda-feira, após sucessivas reuniões de trabalho, concluímos o projeto de
duas equipes de NASF – Núcleo de Apoio à Saúde da Família. O projeto está sob
análise da 16ª Coordenadoria Regional de Saúde e em sendo aprovado ele segue e
abrimos a perspectiva de efetivar os núcleos no segundo semestre. Na
terça-feira estivemos envolvidos em duas reuniões fundamentais, primeiro com a
Comissão Intergestores Regional das regiões 29 e 30 e depois com a Secretária
Adjunta da Saúde, Rosângela Dorneles, e a coordenação administrativa e técnica
do Hospital Bruno Born, discutindo o papel do mesmo na região do Vale do
Taquari e estado. O novo contrato está em construção e é importante que as
partes estejam sintonizadas neste propósito. Na quarta-feira a Câmara Técnica
UPA-SESA-SAMU-CMS-HBB esteve reunida em análise dos atendimentos de urgência e
emergência em Lajeado, avaliando problemas, definindo papeis e soluções. Muito
produtiva. Na quita-feira estivemos em reunião no Conselho de Secretários
Municipais de Saúde (COSEMS), com a participação da secretária estadual de
saúde, Sandra Fagundes, na qual está reafirmado o compromisso do estado em
investir na saúde de todos os gaúchos, ampliando investimentos na atenção
básica e principalmente na média complexidade. E trouxemos 15 detectores fetais e uma
impressora, requeridos junto ao Ministério da Saúde.
É um trabalho árduo, de articulação contínua, pensando nas
pessoas, na gente que cuida de gente, na população, nos processos de trabalho,
nas estruturas existentes e na ampliação da rede. Queremos mais; mais médicos,
mais medicamentos, mais exames, mais promoção da saúde, mais prevenção.
Queremos que as pessoas se importem mais consigo mesmo, que se preocupem com
sua saúde, com seu sedentarismo, com seus sofrimentos. Queremos uma SESA ativa
e atuante, NA PROMOÇÃO DA VIDA. Este texto tem este objetivo, de redefinir nossos
propósitos, de lembrarmos que LAJEADO SOMOS TODOS NÓS, a população, os
trabalhadores de saúde, as instituições. Os avanços acontecem na coletividade,
respeitando o direito de todos, sem privilégios e preconceitos, com inclusão e
respeito, com Humanização no atendimento. Eis a nossa missão, que nos parece
importante reafirmar neste período, que marca a lembrança do DIA MUNDIAL DA
SAÚDE, em 07 de abril de 2014. Que possamos todos pensar mais no “NÓS”. O
individualismo deturpa a ética social, pois é no COLETIVO que se constrói um
Sistema Único de Saúde melhor. Lajeado somos todos nós.