Há algumas semanas escrevi sobre
o trabalho da Vigilância Sanitária e as lições do episódio KISS/SANTA MARIA e do
que as suas 241 mortes significaram. Naquele momento alguém deixou de fazer o
que tinha que ser feito. Ou vários, ao que parece, e hoje se discute na Justiça
à quem cabe esta responsabilidade. A situação levantou o debate sobre as normas
de segurança e o rigor das fiscalizações. E, parece regra, quem é fiscalizado,
reclama e procura transferir ao fiscalizador a responsabilidade.
Ao mesmo tempo, nossa sociedade
moderna vive o dilema sobre o que fazer com a segurança (ou a falta dela), na
onda de assaltos/roubos/assassinatos. A vida está banalizada. Mata-se por pouca
coisa, rouba-se em troca de drogas ou na busca pela compulsão consumista
desenfreada. E assim caminha a humanidade.
A questão é que a segurança e a
saúde são temas absolutamente atuais. Em Lajeado o que vimos é uma onda de
assaltos que varre a cidade já há algum tempo. As maiores vítimas:
proprietários de veículos, pequenos comércios, casas inseguras, entre outras.
Também, no trabalho da vigilância sanitária, o que se vê são a ocorrência
frequente de apreensão de alimentos ou sem procedência, ou mal acondicionados.
Pois bem, neste contexto, há
alguns dias unimos forças e realizamos uma operação conjunta com a Brigada
Militar. O objetivo foi realizar a fiscalização da Vigilância Sanitária e, ao
mesmo, orientar os proprietários de pequenos comércios de alimentos e população
do entorno sobre meios de ampliar a segurança local.
O que vimos, na prática, e a
imprensa noticiou, foi a apreensão de alimentos estragados e a prisão,
inclusive, de um foragido da polícia. Sucesso, portanto. Ledo engano: a ação
mais foi criticada do que elogiada, para nosso espanto, classificada como
truculenta e intimidadora.
Na verdade, o que lemos a partir das críticas,
é que todos querem alimentos de qualidade garantidos pela Vigilância Sanitária
e segurança, a partir do trabalho da Brigada e da Polícia. Mas, não toleramos
ser fiscalizados, cobrados na responsabilidade social que temos. Fala-se mal da
Vigilância Sanitária. Fala-se mal da Brigada Militar. Ambos estão aí, na
verdade, para proteger a cidadania, por mais que isto implique, muitas vezes,
em contrariar interesses personalizados.