Outro dia, mais uma vez, uma criança é esquecida no carro
Em Santa Rosa
E o que seria uma vida repleta de sonhos se esgota ali
Tragédia... inimaginável...
Desesperador, em todos os sentidos.
De alguma forma tento me imaginar no papel deste pai
Não consigo
Terror total, medo...
A pobre criança se foi na sua inocência
E a paz de espírito de uma família evaporou-se
O que se passa na cabeça de uma pessoa neste momento?
Como conviver com a terrível culpa de perder-se?
Como reerguer-se?
Será possível?
Mais devagar... mais vagar... mais vida, menos pressa...
Na urgência de fazer tudo ao mesmo tempo acontece o erro
A imprudência...
E as janelas nebulosas se abrem
E a tragédia...
Dor...
Qual modelo de sociedade queremos? E, quanto à saúde, quais as prioridades? A questão é refletirmos permanentemente sobre estes e outros temas.
segunda-feira, 21 de janeiro de 2013
domingo, 20 de janeiro de 2013
A questão da UTI pediátrica e da UTI neonatal de Lajeado
Nas últimas semanas a questão das UTIs pediátrica e neonatal
está na pauta dos debates. Falamos muito da UTI de Lajeado. É preciso lembrar
também daquela que está no Hospital Estrela. Nossa rede de UTIs na região, à
princípio, seria suficiente (ou quase) se só atendêssemos à população do Vale
do Taquari. Mas não: hoje, com a rede estadual, atendemos um percentual alto de
crianças de outros lugares. E, eventualmente, crianças nossas acabam por ser
deslocadas para outros lugares. Triste realidade, mas necessária frente à
carência de leitos e à má distribuição dos mesmos pelo estado. Há cidades com
muitos leitos de UTI. Há regiões que praticamente não tem leitos. O motivo
disto é que é caro implantar um leito de UTI. E muito caro mantê-lo também. As
portarias ministeriais, formuladas tecnicamente, não estão erradas: o que se
quer é que a criança (e o adulto) que interna na UTI seja atendida dentro de
padrões técnicos especiais, minimizando riscos e mortes. Quando isto não
acontece, o percentual de óbitos aumenta e isto ninguém quer.
O problema é que as portarias mexem em estruturas
consolidadas e periodicamente exigem que os serviços se qualifiquem. Por
exemplo, não faz muito que a evolução da legislação exigiu que as equipes que
trabalham na UTI tivessem qualificação específica, formação posterior à
graduação. Isto, do ponto de vista da técnica e da sobrevida dos pacientes é
bom. Mas encarece o atendimento. Há então uma pressão sobre o hospital para que
se adapte e normalmente são dados prazos para isto. É o caso que vivenciamos
agora: novembro é o prazo.
A questão então é que os passos no campo da política já
estão sendo dados. Na semana passada vimos o deputado Ênio Bacci acenando com
recursos via emendas parlamentares. A Secretaria Estadual de Saúde acena com
apoio. Eu mesmo, dia 09/01, em reunião com Márcio Slaviero, coordenador do
Departamento de Coordenação das Regionais de Saúde, da SES/RS já manifestava a
preocupação quanto a conciliar a técnica com a política. Não é possível
simplesmente desfazer o que está instituído. Nossas UTIs pediátricas trabalham bem,
têm profissionais que se capacitaram para este trabalho e vêm desenvolvendo um
bom trabalho. Fechar UTIs não é a solução. Adequar-se, dentro do devido prazo,
com os recursos que forem necessários, parece ser o caminho óbvio. A partir
disto, me parece óbvio que é possível sairmos bem dessa “sinuca de bico”. Todos
dizem que no nível federal temos recursos para investir em saúde, “basta termos
bons projetos”. Bem, sendo assim, formule-se o projeto e encaminhe-se. Conheço
a direção do HBB e imagino que o projeto já esteja pronto, ou quase. Tenho fé
que a questão vai ser bem resolvida. Desde já nos colocamos a disposição para
participar desta cruzada em benefício de nossas UTIs.
WorkShop do Hospital Bruno Born na 6ª feira, dia 18
Na última sexta-feira, dia 18, a secretária adjunta da
SESA/LAJEADO, Ana Reckziegel de Souza, o coordenador médico Ronald Wolff e eu
estivemos participando do encontro promovido pelo Hospital Bruno Born com os
gestores de saúde da região. O encontro ocupou todo o dia e serviu para
conhecermos mais os serviços oferecidos pelo Hospital, desde o Pronto Socorro
até as altas complexidades, como a cardiologia e a oncologia. A diretora do
Centro de Ciências Biológicas e da Saúde, Magali Grave e a pró-reitora de
Ensino, Luciana Fernandes, da Univates, também explanaram sobre a interação da
instituição com a saúde da região. O município de Lajeado certamente
desenvolverá importantes parcerias com o hospital, na medida em que é o maior
prestador de serviços ao SUS da região, contando atualmente com mais de 800
colaboradores, entre funcionários e terceirizados.
Conselho de Saúde conhece nova equipe de Gestão da SESA/LAJEADO
No dia 17/01, 5ª-feira, ocorreu a reunião ordinária do
Conselho Municipal de Saúde de Lajeado, que iniciou às 18h15min junto ao Salão
de Eventos da prefeitura de Lajeado. O presidente em exercício, Ricardo Ewald
abriu o expediente e posteriormente uma parte da nova equipe gestora da SESA
foi apresentada. Estiveram presentes a coordenadora de enfermagem, Ana Gleisa
Cargnelutti, a secretária adjunta, Ana Luiza Reckziegel de Souza, o coordenador
médico, Ronald Wolff, a coordenadora de Projetos Especiais, Marcele Brandelli,
a coordenadora da Saúde do Trabalhoador, Nilva Roman e eu. Explanamos sobre
algumas propostas da equipe e reafirmamos nosso desejo de contar com o CMS para
debater todos os temas da política de saúde municipal. Manifestamos ainda nossa
preocupação em viabilizar os projetos já em andamento na brevidade possível e
dentro da capacidade financeira que o orçamento do município tem.
Reunião com Direção do Hospital Bruno Born
Na manhã de 5ª-feira, dia 17, o prefeito de Lajeado, Luis
Fernando Schmidt, o Secretário Geral de Governo, Auri Heisser, a assessora de
comunicação, Ana Garske, o coordenador médico da SESA, Ronald Wolff e eu
estivemos reunidos com a direção da Sociedade Beneficente de Lajeado e do
Hospital Bruno Born. A reunião teve por objetivo avaliar uma série de assuntos
que são comuns ao hospital e à prefeitura. A questão das UTI´s pediátrica e
neonatal, o atendimento do pronto socorro/pronto atendimento, a UPA e a possibilidade
de desenvolver projetos conjuntamente foram alguns dos temas discutidos. O que ficou claro é que ambos devem
aproximar-se mais, dialogar ao invés de competir entre si e, desta forma,
aperfeiçoar o sistema de saúde municipal.
Serviço de Atendimento Especializado (SAE) mantém cadastrados mais de 400 lajeadenses
Na manhã de 16/01 estivemos reunidos junto à equipe do SAE e
da coordenação da Estratégia de Agentes Comunitários de Saúde (EACS) de
Lajeado. A reunião visou avaliar a assistência prestada pelos dois serviços,
analisando as dificuldades e potencializando as ações. Atualmente o SAE é
referência para a maioria dos municípios da 16ª Coordenadoria Regional de
Saúde, prestando informações, capacitando e atendendo à demanda regional. Mais
de 800 pessoas estão cadastradas no serviço, dos quais cerca da metade é de
Lajeado. As Doenças Sexualmente Transmissíveis (DST) e a AIDS são as maiores
demandas. A equipe é qualificada e presta um serviço de alta relevância. Desde
já nos comprometemos a reforçar a equipe, com a inserção de uma assistente
social e uma nutricionista, que serão importantes tendo em vista o perfil dos
usuários do serviço.
SESA reafirma desejo de manter parceria com a CURES
No dia 15/01 a Secretaria de Saúde de Lajeado esteve
representada na reunião que envolveu a Clínica Universitária Regional de Educação
e Saúde (CURES) da Univates e os novos gestores de saúde da região. No encontro
explanou-se sobre o funcionamento da CURES e as potencialidades da mesma no
desenvolvimento do SUS no nível municipal e regional. Até o final de 2012,
apenas Cruzeiro do Sul, Arroio do Meio e Estrela mantinham convênio. Já
manifestamos que a partir deste ano nosso município de Lajeado também
desenvolverá a parceria. O trabalho permitirá o atendimento especializado de
usuários do SUS da rede municipal dentro dos princípios da
interdisciplinaridade da assistência. Trata-se da interação contínua do serviço
de saúde com o ensino, relação que é benéfica tanto para aqueles que são
atendidos quanto para os supervisores, tutores e acadêmicos envolvidos.
Nova direção do CONSISA tem sua primeira reunião dia 15
Na última 3ª-feira, dia 15/01,
sob a presidência do prefeito de Westfália, Sérgio Marasca, a nova diretoria do
Consórcio Intermunicipal de Saúde do Vale do Taquari (CONSISA), esteve reunida
em sua sede. Fazem parte da diretoria: Marino Dewes, secretário de saúde de
Encantado (vice-presidente), Glademir Schwingel (1º secretário), Iara
Kohlrausch, secretária de saúde de Santa Clara do Sul (2ª secretária), Olmir
Rossi, prefeito de Ilópolis, (1º tesoureiro) e Renato Altmann, prefeito de
Teutônia (2º tesoureiro). Participou ainda da reunião o ex-presidente Nilton
Rolante. Na pauta, a avaliação da situação atual do CONSISA e a necessidade de construir
soluções para a assistência em Oftalmologia no Centro Regional, sediado em
Encantado, além do atendimento em Traumatologia.
terça-feira, 15 de janeiro de 2013
E eis que estou aqui, frente à tela do PC, pensando.
Quase meia noite e a cidade dorme. Parte dela.
Há quem trabalhe. Há também aqueles que sofrem.
E entre idas e vindas a vida segue, frenética
vinte e quatro horas, todos os dias, sem parar
Há quem faça a cabeça em busca do prazer fácil
anestesia pura e simples na relação com o mundo
tem a compulsão do ter, a dor surda de não ter
e a vontade de consumir o que não dá,
há de tudo um pouco e o mundo sofre, sôfrego
e o corpo geme, geme, o que dizer?
é preciso desacelerar. Mas como?
Na urgência de tudo, e de todos, a vida passa
rápida, rápida demais. Muito rápida.
E os pequenos momentos se vão, escoam entre os dedos
Se vão...
Para tudo, para o mundo, mais devagar
É preciso cultivar a amizade, a vida, o sorriso
O choro da emoção humana de se emocionar
E nisso tudo, romper com essa coisa mórbida do "eu"
do "meu"...
é o "nós" que vale, o coletivo... É o "nós", a família
E é isso que alimenta, que dá sentido, que faz valer a pena.
Quase meia noite e a cidade dorme. Parte dela.
Há quem trabalhe. Há também aqueles que sofrem.
E entre idas e vindas a vida segue, frenética
vinte e quatro horas, todos os dias, sem parar
Há quem faça a cabeça em busca do prazer fácil
anestesia pura e simples na relação com o mundo
tem a compulsão do ter, a dor surda de não ter
e a vontade de consumir o que não dá,
há de tudo um pouco e o mundo sofre, sôfrego
e o corpo geme, geme, o que dizer?
é preciso desacelerar. Mas como?
Na urgência de tudo, e de todos, a vida passa
rápida, rápida demais. Muito rápida.
E os pequenos momentos se vão, escoam entre os dedos
Se vão...
Para tudo, para o mundo, mais devagar
É preciso cultivar a amizade, a vida, o sorriso
O choro da emoção humana de se emocionar
E nisso tudo, romper com essa coisa mórbida do "eu"
do "meu"...
é o "nós" que vale, o coletivo... É o "nós", a família
E é isso que alimenta, que dá sentido, que faz valer a pena.
segunda-feira, 14 de janeiro de 2013
ADDEFIL e SESA reunidos hoje, 14/01.
Nesta tarde de 3a-feira, dia 14/01, estivemos reunidos com a direção da ADDEFIL, associação que representa os interesses e presta assistências aos portadores de deficiência física de Lajeado. Um trabalho social relevante, que tem interface com a Saúde. A diretoria apresentou o quadro da entidade e pediu apoio nas suas atividades. Considerando que a construção da Rede de Atenção à Saúde da Pessoa com Deficiência é uma das prioridades elencadas tanto pelo Ministério da Saúde quanto pela Secretaria Estadual de Saúde, desde já a Secretaria Municipal de Saúde abre as portas para pensarmos juntos alternativas. Pedimos à ADDEFIL que elabore um projeto assistencial aos seus usuários e, desta forma, a SESA pode estudar qual o apoio concreto é possível estabelecer, considerando o orçamento de 2013 e a legalidade da função pública.
Nesta tarde de 3a-feira, dia 14/01, estivemos reunidos com a direção da ADDEFIL, associação que representa os interesses e presta assistências aos portadores de deficiência física de Lajeado. Um trabalho social relevante, que tem interface com a Saúde. A diretoria apresentou o quadro da entidade e pediu apoio nas suas atividades. Considerando que a construção da Rede de Atenção à Saúde da Pessoa com Deficiência é uma das prioridades elencadas tanto pelo Ministério da Saúde quanto pela Secretaria Estadual de Saúde, desde já a Secretaria Municipal de Saúde abre as portas para pensarmos juntos alternativas. Pedimos à ADDEFIL que elabore um projeto assistencial aos seus usuários e, desta forma, a SESA pode estudar qual o apoio concreto é possível estabelecer, considerando o orçamento de 2013 e a legalidade da função pública.
UBS do Bairro Santo Antônio entrará em reforma em breve
No dia de hoje, pela manhã, estivemos visitando a Unidade Básica de Saúde da Família do Bairro Santo Antônio. Estivemos eu, a secretária adjunta, Ana Reckziegel de Souza e a Coordenadora de Ações da Enfermagem, Ana Gleiza Cargnelutti. Conversamos com a equipe da UBS, que fez um breve relato das atividades desenvolvidas no local, inclusive atendimento fisioterapêutico. A UBS tem mais de 10 anos naquele local e estamos providenciando no início da reforma do prédio, que prevê arrumação do telhado, visto que em dias de chuva há infiltrações, pintura e reforma na capacidade elétrica, subdimensionada para a necessidade local.
Ainda pela manhã visitamos a UB de Saúde da Família do Bairro Morro 25, que atende também o Bairro das Nações. Encontramos uma equipe muito coesa, implicada com as necessidades do Bairro. Também conhecemos algumas das dificuldades da população local e avaliamos a questão da "Rua da Divisa", que separa Lajeado de Cruzeiro do Sul.
Por fim, visitamos ainda os moradores do Loteamento 17, formada por pessoas humildes, assistidas pela ESF local. Esta comunidade é historicamente isolada, conhecida inclusive como "tigredo". Apesar de não ser considerada uma quilombola, de fato caracteriza-se como tal, visto ser constituída basicamente por negros, que vivem em forte espírito coletivo e comunitário. Enfrentam muitos problemas de saúde e carecem de uma política de assistência social e de saúde que lhes garanta o desenvolvimento mais equilibrado de sua cidadania. Mostram-se deprimidos frente ao "esquecimento" pelo qual passam, o preconceito social e racial de décadas.
No dia de hoje, pela manhã, estivemos visitando a Unidade Básica de Saúde da Família do Bairro Santo Antônio. Estivemos eu, a secretária adjunta, Ana Reckziegel de Souza e a Coordenadora de Ações da Enfermagem, Ana Gleiza Cargnelutti. Conversamos com a equipe da UBS, que fez um breve relato das atividades desenvolvidas no local, inclusive atendimento fisioterapêutico. A UBS tem mais de 10 anos naquele local e estamos providenciando no início da reforma do prédio, que prevê arrumação do telhado, visto que em dias de chuva há infiltrações, pintura e reforma na capacidade elétrica, subdimensionada para a necessidade local.
Ainda pela manhã visitamos a UB de Saúde da Família do Bairro Morro 25, que atende também o Bairro das Nações. Encontramos uma equipe muito coesa, implicada com as necessidades do Bairro. Também conhecemos algumas das dificuldades da população local e avaliamos a questão da "Rua da Divisa", que separa Lajeado de Cruzeiro do Sul.
Por fim, visitamos ainda os moradores do Loteamento 17, formada por pessoas humildes, assistidas pela ESF local. Esta comunidade é historicamente isolada, conhecida inclusive como "tigredo". Apesar de não ser considerada uma quilombola, de fato caracteriza-se como tal, visto ser constituída basicamente por negros, que vivem em forte espírito coletivo e comunitário. Enfrentam muitos problemas de saúde e carecem de uma política de assistência social e de saúde que lhes garanta o desenvolvimento mais equilibrado de sua cidadania. Mostram-se deprimidos frente ao "esquecimento" pelo qual passam, o preconceito social e racial de décadas.
quarta-feira, 2 de janeiro de 2013
Primeiras palavras para a Gestão da Saúde de Lajeado
Hoje começamos um novo ciclo neste município. A
população lajeadense, em outubro último, escolheu por ampla maioria, que era
tempo de experimentar algo novo. Depois de muitos anos de um mesmo estilo de
fazer as coisas, é hora de vivermos um novo período, uma nova agenda, de
respirarmos os ares da novidade.
Em julho deste ano, no início da campanha eleitoral, o
Instituto Methodus realizou uma pesquisa eleitoral. Os resultados foram
publicados no Jornal O Informativo do Vale. Na pesquisa perguntaram sobre os
problemas de Lajeado e a primeira prioridade apontada foi a SAÚDE. Isto nos
chama a atenção e nos coloca na obrigação de levarmos isto em conta.
Desde meados de outubro, vencidas as eleições, nós
viemos conversando com representantes do comando municipal que saiu. Por duas
vezes, informalmente, conversamos com o ex-secretário. O que nos é mostrado é
que tudo está de acordo, que a Secretaria da Saúde funciona bem e que todos
estão de certa forma, felizes. A voz das ruas não nos diz isso. A pesquisa de
julho aponta para outro lugar e isto nos preocupa e é isto que vai focar nosso
jeito de trabalhar: precisamos conversar
mais com a população e conversar mais com os colegas de trabalho para
sabermos, com mais clareza, quais são os problemas que temos nesta relação e
que nos levam a esta sensação de que as coisas não vão bem.
O prefeito Luis Fernando Schmidt, na sua trajetória,
tem afirmado e reafirmado que o DIÁLOGO será uma busca constante desta nova
gestão municipal. Na Secretaria da Saúde vamos cumprir com isto,
incansavelmente. É da natureza do trabalho em SAÚDE conversar, comunicar-se,
ouvir o que o outro quer dizer e dar a resposta que este precisa. Comunicar-se
bem é a chave para o sucesso e nós vamos nos comunicar mais e melhor com a
população. O secretário e seu staff vão estar permanentemente ao lado de vocês
todos, e o trabalho de vocês é o nosso trabalho.
Para tanto, precisaremos ousar mais, fazer algo
diferente, que marque positivamente a vida das pessoas. A SAÚDE é coisa mais
importante na vida das pessoas, a parte mais sensível. Nós sabemos que muitas
vezes só nos damos conta disso quando a doença se instala. Isto acontece
conosco, comigo, com vocês. Por que não aconteceria com ou outros também? É um
desafio mudarmos hábitos de vida e isto será talvez o nosso grande desafio:
trabalhar mais com a saúde, com a promoção e a prevenção. Mas, chegaremos lá.
No campo da saúde não dá para parar tudo e recomeçar.
Não podemos, a partir de hoje, simplesmente mudar tudo. Temos um "carro
andando que precisa ser ajustado" e estes ajustes ocorrerão. Ha questões que
serão resolvidas a partir de hoje. Mudanças ocorrerão, mas com a
responsabilidade de ajustar da melhor forma possível os diferentes interesses.
De antemão, sabemos que haverá contrariedades, mas isto faz parte do ciclo da
vida, na qual nem sempre as coisas acontecem conforme queremos.
Hoje a SESA é uma das maiores estruturas de saúde da
região do Vale do Taquari, pela sua diversificação. Vocês fazem parte disso.
Nós fazemos parte disto e fazer bem feito é aquilo que queremos. Somos um grande
grupo de profissionais imbuídos de uma função pública, de um trabalho, o nosso
ganha-pão; mas também envoltos numa missão maior que é prezar pela vida das
pessoas, desde a gestante, da pequena criança indefesa, da pessoa com deficiência,
jovens, adultos, trabalhadores ou não, e idosos. Pessoas que são diferentes
quanto à idade, quanto ao sexo e gênero, quanto ao pensamento, raça e etnia.
Pessoas que têm preferências, que têm desejos, que são cidadãs e que precisam
ser respeitadas na sua cidadania.
Vivemos um sistema universal de saúde, um sistema único,
no qual eu acredito. Desde 1997 eu trabalho neste meio. Desde antes, na
faculdade, já defendia que as pessoas têm direitos e estes são inalienáveis. Um
sistema que contrapõe a ideia de que a saúde e um negócio. Um sistema que
ultrapassa em muito esta superficialidade com a qual a vida e tratada hoje em
dia, em muitos lugares. A vida vale a pena e a nossa missão e prezar por ela.
Sabemos que esta função, esta missão, não é fácil. Precisamos
conciliar o que precisa ser feito com o que e possível. Temos carências de
recursos, temos carência de soluções, temos carências de pessoas, às vezes. Mas
isto não impede que a gente caminhe para frente, que estejamos sintonizados em
torno de um bem maior, algo bonito e que satisfaça nossa caminhada.
Começamos o ano de 2013 sob o signo da mudança. Não é
apenas um calendário novo, ou uma agenda em branco. É natural que alguns de vocês tenham certa
ansiedade sobre isto. E natural, pois, apesar de sempre querermos sair da
rotina, há uma tendência natural de todos nos acomodarmos na segurança da
rotina. Fazer tudo igual sempre parece que nos defende do incerto. Mas sabemos que
a vida não é igual todos os dias, que coisas novas acontecem, para o bem e para
o mal e, neste sentido, precisamos fazer diferente, pensar agora no agora,
considerando nossas experiências passadas e levando em conta o que vem pela
frente. Prevenir eventos, promover a saúde e cuidar da vida sempre, é o que
queremos, conforme já dissemos.
Mas a pergunta é: o que muda?
Há muitos anos convivo com os gestores da saúde de
Lajeado que estão de saída. Respeito sua forma de conduzir as coisas. Mas é
importante todos saberem que quem entra é diferente. Faremos as mudanças que
julgarmos necessárias, no tempo certo, sem atropelos, tentando sempre minimizar
as dificuldades da principal parte interessada em nosso sucesso: a população.
Há mudanças que serão discutidas com as equipes de saúde.
Vocês perceberão as mudanças aos poucos, no convívio do dia a dia. Precisamos
gerir bem esta casa, mas precisamos também que ela seja humana, que pense
conjuntamente, que ela seja a construção coletiva das ações de saúde. As
pessoas na rua anseiam por ser escutadas e precisamos dar ouvidos a elas. A
SESA não é uma loja, não vende um produto. Nós lidamos com outra coisa, algo
muito diferente: lidamos com sofrimento, com vida, com alegrias e tristezas.
Isto nos atinge, isso mexe conosco e isto nos faz sermos uma das áreas da
política pública mais sensível.
Os gestores mudarão. Aos poucos vamos ajustando o que
for preciso, reorganizando pessoas e posições, se assim julgarmos necessário.
Repeitaremos individualidades, mas pensaremos sempre no coletivo, na causa
maior. Este é o nosso propósito. Precisamos de pessoas responsáveis, que amam o
trabalho, que sentem prazer no que fazem. A má vontade, o desprazer, o uso e
abuso de sua posição de uma forma negativa não serão tolerados. Não temos este
direito.
Vamos rediscutir a relação da SESA com o controle
social e evoluir na relação com o papel do controle social. O Conselho
Municipal de Saúde será reafirmado, reconhecido e fortalecido. Implantaremos
conselhos gestores, com a participação da comunidade, nos serviços de saúde.
Dialogaremos com a população e vamos construir soluções conjuntamente.
Significa dizer que nenhum de nós, sozinho, é dono das estruturas públicas.
Para nós é ponto inicial que nossa rede de saúde seja
qualificada e isso só acontece se pensada a muitas cabeças. Pensar junto é usar
da inteligência que está em cada um e cada uma de nós. Aproximar as diferentes
vozes, e fazer com que as coisas fluam de forma natural. Para isso precisamos
de mecânica, de um discurso e de uma prática afinados, de uma equipe de saúde
que coaduna ideias e ações. Nada disso é fácil fazer, mas é possível e nós
acreditamos nisso. Para tanto teremos, desde já, a organização real do Núcleo
Municipal de Educação e Saúde Coletiva (NUMESC). Trabalharemos na POLÍTICA DE
HUMANIZAÇÃO DO TRABALHO em SAÚDE, o que significa dizer que todos os
trabalhadores em saúde parceiros das nossas causas serão valorizados.
Trabalhadores e usuários.
Algumas ações são prioridade e vamos trabalhar para
torná-las realidade.
Vamos tornar a UPA – Unidade de Pronto Atendimento, uma
realidade. Sabemos que há pressa quanto a está ação, mas acreditamos que a sua
implantação é gradativa, visto que é uma novidade importante na região. É uma
estrutura imensa que comportará quando trabalhando completa um total de 103
funcionários, de diferentes áreas. Ali haverá diagnóstico laboratorial, de
imagem, pronto atendimento médico. Isto impactará em toda rede municipal.
Diminui a pressão sobre o pronto Socorro no HBB e impõe que devemos redefinir o
funcionamento da Unidade Básica da Montanha. Mas isto acontecerá no devido
tempo.
A UPA virá para somar. Gerará emprego e será um espaço
de assistência importante. É uma ação da Política Nacional de Saúde, do
Ministro da Saúde, Alexandre Padilha, da Presidenta Dilma, e têm financiamento
federal, estadual e municipal. Caba a nós fazê-la funcionar bem, e é o que
vamos fazer.
O CAPS Álcool e Drogas será uma realidade. Sairemos do
projeto e vamos à prática. Seremos braço operativo importante no combate a
drogadição, não só no tratamento, mas também integrados na política de
prevenção e promoção. Significa dizer que não estaremos presos entre quatro
paredes.
Aliás, toda a política de saúde mental será
reestruturada, qualificada. Reconhecemos o trabalho que foi feito, a história e
construção, mas sabemos que há lacunas a resolver, que precisamos evoluir e dar
um salto de qualidade. Os três CAPS serão desafiados neste processo, a pensarem
juntos, criativamente, e vamos azeitar as estruturas.
Outra proposta que, desde já anunciamos como um
projeto para breve é implantar na cidade o programa Primeira Infância Melhor e
o Brasil Carinhoso, o qual é reconhecido internacionalmente e que aqui ainda
não existe. Isto quer dizer que nossas crianças pequeninas serão olhadas de uma
forma diferente. Com mais afeto, com cuidado, pensando no seu desenvolvimento e
felicidade. Simples assim.
Há pouco falamos do Núcleo Municipal de Educação e
Saúde Coletiva. A qualificação continuada e permanente dos profissionais será
estimulada, dentro de critérios construídos coletivamente. Queremos colegas que
queiram se qualificar, estudar, aperfeiçoar-se. Isto vem em benefício da rede
pública. Mas, maior que isto, estudar significa apostar em si mesmo, ampliar
seus conhecimentos e compreender melhor o mundo. Dia destes ouvi de uma
enfermeira amiga minha a seguinte frase: “adoro aprender coisas novas”. Uma
frase simples, mas impactante. Aprender coisas novas. Um secretário da saúde
não pode ser contra isso, não pode boicotar ou podar a iniciativa de seus
colegas servidores municipais e, dentro do que for do interesse da SESA, nós
vamos apoiar e estimular, podem ter certeza disso.
Para tanto vamos nos amparar, também, na Univates.
Vamos resgatar esta relação, tornando-a proativa, pois isto beneficia a todos.
A ciência, o conhecimento, o processo de ensino e aprendizagem é responsabilidade
do SUS e não vamos escapar desta responsabilidade. A Clínica Universitária
Regional de Educação e Saúde da Univates será nossa parceira. Todas as
iniciativas da Univates que sejam benéficas à gestão da saúde municipal são de
nosso interesse. Já temos algumas experiências conjuntas, como é o caso da
Farmácia Escola. Mas é impossível que a SESA não esteja lado a lado com o a
UNIVATES. Não competimos com a UNIVATES, temos o mesmo propósito: a saúde da
população.
O Hospital Bruno Born, enquanto maior prestador de
serviços ao SUS, será um dos nossos parceiros, compartilhando
responsabilidades. Os outros prestadores de Saúde contratados também serão. Vamos
reconstruir o diálogo e esperamos, sinceramente, que esta relação amadureça.
Temos experiência e maturidade suficiente para construir juntos, mesmo que
vozes pessimistas acreditem que não.
Hoje somos quase 400 funcionários ligados à SESA. Muitos
são concursados, outros tantos são terceirizados, via empresas legalmente
contratadas, tais como o Instituto Continental de Saúde – ICOS e a DIGEST CLIN.
Agora, é importante deixar claro: o chefe, a responsabilidade, é do gestor
municipal. Todos nós somos uma equipe que atua conjuntamente, dentro de um
organograma. As empresas contratadas não trabalham fora da gestão municipal, em
hipótese alguma. Somos parceiros, regidos por contrato. As empresas são
remuneradas contratualmente. Uma relação comercial entre a municipalidade e os
prestadores que, em hipótese alguma, deve se refletir na qualidade do trabalho
desenvolvido.
Ainda, nas relações de trabalho, é importante desde já
dizer que vamos estudar e evoluir o Plano de Cargos, Carreiras e Salários. Isto
está escrito na Lei Orgânica do SUS, a Lei 8080 de 1990. Vamos avançar nisto,
reconhecendo a importância das profissões e buscando a melhor remuneração
possível.
Para finalizar a fala de hoje, que não deveria ser tão
longa, até por que vamos conversar muito e em muitos momentos, é importante
dizer que nossa secretaria não trabalhará sozinha. Vamos aproximar nossas ações
a outros setores sociais, a outras secretariais, até por que a SAÚDE é
intersetorial. Vamos construir uma ideia de CIDADE SAUDÁVEL, uma CIDADE
PROTETORA DA VIDA.
Para tanto, vamos precisar que vocês nos ajudem a
identificar as potencialidades e as dificuldades de cada espaço de trabalho, de
cada Unidade Básica de Saúde. Precisamos avançar na ATENÇÃO BÁSICA, e na
ATENÇÃO EM MÉDIA COMPLEXIDADE. Vocês são importantes nisto, podem ter certeza.
Enfim, paro por aqui dizendo que estou ansioso com
tudo que vem acontecendo. Uma ansiedade saudável, uma expectativa enorme com a
possibilidade de conhecer pessoas, jeitos, e de fazer algo a mais.
Sei que vocês também estão na expectativa. Mas quero
aqui tranquilizá-los. A vida vai melhorar. Quero ser um bom amigo de todos.
Adoro fazer amigos e se perguntarem àqueles que me conhecem, provavelmente
ouvirão dizer que sou um cara tranquilo.
Começamos hoje a caminhar juntos e faço votos que esta
caminhada seja de realizações.
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