terça-feira, 30 de novembro de 2010

Boletim diário EcoDebate Edição 1.229, de 30/novembro/ 2010

Boletim de atualização do Portal EcoDebate - Edição nº 1.229, de 30/novembro/ 2010

"Compreendemos desenvolvimento sustentável como sendo socialmente justo, economicamente inclusivo e ambientalmente responsável. Se não for assim não é sustentável. Aliás, também não é desenvolvimento. É apenas um processo exploratório, irresponsável e ganancioso, que atende a uma minoria poderosa, rica e politicamente influente."

Pedimos aos(às) nossos(as) leitores(as) que nos auxiliem na socialização da informação, sugerindo, recomendando ou encaminhando este boletim diário ou recomendando o próprio portal EcoDebate a outras pessoas, potencialmente interessadas nos mesmos temas que debatemos.

Desejamos a todos um bom dia e uma boa leitura

E o 'queco'? artigo de Montserrat Martins

O censo e as estimativas da população brasileira, artigo de José Eustáquio Diniz Alves

Desenvolvimento Sustentável: É possível? artigo de Marcus Eduardo de Oliveira

O meu nome não tem a minha cara. O seu tem? artigo de Lélia Barbosa de Sousa Sá

Síntese do Censo 2010: população do Brasil é de 190.732.694 pessoas

CSN: Derramamento de carvão e minério de ferro no Rio Paraíba do Sul está controlado

SP emitiu 145 milhões toneladas de CO2 equivalente em 2005

Crianças indígenas no Acre têm alto índice de desnutrição

MS: Índios denunciam ameaças de agressão em Coronel Sapucaia

Unicef lança campanha para combate ao racismo contra crianças

COP-16: Reunião da ONU sobre clima começa sem expectativa de grandes acordos

COP-16: Saiba quais os principais temas na mesa de negociação da Cúpula do Clima de Cancún

COP-16: Depois do fracasso em Copenhague, Cancún precisa de sucesso para manter ambição de acordo

COP-16: Relatório da Oxfam diz que mortes por causas climáticas mais do que dobram em 2010

Uma expectativa de avanço na CoP-16 em Cancún, artigo de Ronaldo Seroa da Motta

A retomada do desenvolvimentismo, entrevista com o economista André Cunha

Salvador, BA: Ilhas de calor – Os impactos do boom imobiliário

Estudiosos apostam na genômica nutricional para prevenir ou tratar algumas doenças

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sábado, 27 de novembro de 2010

Desempenho no Enade 2009: uma conquista de todos

Caros professores :

Foram divulgados os resultados do Exame Nacional de Desempenho dos Estudantes (Enade) 2009, confirmando o excelente desempenho que a Univates vem obtendo nos cenários estadual e nacional quando o assunto é educação superior. Dos 13 cursos avaliados, dez receberam conceitos 4 e 5, considerados muito bom e excelente, e três tiveram conceito 3, o que é concebido como uma nota boa de acordo com a escala avaliativa do Ministério da Educação (MEC), que vai de 1 a 5.

Esta conquista obtida pela Univates é resultado do empenho que cada um de nós dedica à Instituição. A
excelência da Univates é representada pela soma de docentes qualificados, colaboradores competentes e alunos dedicados, sendo estes últimos a razão do esforço em sermos cada vez melhores no que fazemos: Educação.

Agradecemos o empenho de todos. Esta conquista é nossa.


Reitoria
Centro Universitário UNIVATES

 
Confira as notas da Univates no Enade 2009:
 
Curso
Enade
IDD
CPC
Publicidade e Propaganda
5
5
4
Turismo
5
SC
SC
Administração
4
5
4
Análise de Sistemas
4
5
4
Comércio Exterior
4
5
4
Negócios Agroindustriais
4
5
4
Ciências Contábeis
4
4
4
Jornalismo
4
SC
4
Direito
4
4
3
Relações Públicas
4
4
3
Administração – Encantado
3
3
3
Secretariado Executivo
3
SC
SC
Ciências Econômicas
3
SC
SC
 
SC  - Sem Conceito (nº reduzido ou ausente de alunos ingressantes ou concluintes)
IDD  - Índice de Diferença de Desempenho entre ingressantes e concluintes
CPC - Conceito Preliminar do Curso
OBS.: Alguns cursos não obtêm conceito porque não possuem ingressantes ou concluintes suficientes para a amostragem definida pelo MEC no momento da prova do Enade.

 


quarta-feira, 24 de novembro de 2010

Notícia do Site da SES/RS, publicado em 24/11/2010.

IBGE: 40% dos postos de trabalhos médicos estão concentrados nas capitais
   

A Pesquisa de Assistência Médico-Sanitária (AMS) 2009, divulgada nesta sexta-feira (19), pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), indica que a oferta de postos de trabalho de nível superior cresceu 26,9% entre 2005 e 2009 (de 870,4 mil para 1,1 milhão). Esse aumento foi mais acentuado no Norte (42% no período). Nas demais regiões, o crescimento ficou entre 21,8% e 28,3%.

Em 2009, os médicos eram os profissionais em maior número dentre aqueles com nível superior: 57,6% (636 mil). Os enfermeiros vieram em seguida, com 14,8% (163 mil). Do total dos postos de trabalho de nível superior, 51,4% eram ofertados no Sudeste, seguido pelo Nordeste (21,4%), Sul (15,2%), Centro-Oeste (7,0%) e Norte (5,0%). A distribuição dos postos médicos segue a mesma ordem: Sudeste (54,2%), Nordeste (19,4%), Sul (15,0%), Centro-Oeste (6,7%) e Norte (4,6%).

Ao se analisar a distribuição dos postos trabalho médicos por mil habitantes em 2009, o Sudeste permanece liderando (4,3 postos de trabalho por mil habitantes), seguido por Sul (3,4), Centro-Oeste (3,1), Nordeste (2,3) e Norte (1,9). A média nacional ficou em 3,3.

O número de vagas não acompanhava a distribuição da população: as capitais, que contavam com 23,7% da população em 2009, concentravam 40,2% dos postos médicos (5,6 postos médicos por mil habitantes nas capitais e 2,6 nos demais municípios). Em 2005, a relação era de 5,1 por mil habitantes em capitais e 2,2 nos outros municípios. A concentração em capitais em 2009 era mais significativa na região Sul (7,8 por mil contra 2,8 por mil nos demais municípios).

Os médicos atuando em estabelecimentos de saúde concentravam-se em dez áreas de atuação: clínico geral (16,7%), pediatra (10,0%), gineco-obstetra (9,5%), médico de saúde da família (6,3%), cirurgião geral (5,8%), ortopedista (5,5%), cardiologista (5,2%), anestesista (4,3%), radiologista (3,7%) e oftalmologista (3,3%).

O setor privado participava com 55,7% dos postos de trabalho médico, contra 44,3% do público. Desde 1999, a área privada oferece a maioria destes postos de trabalho, com destaque para Sudeste (58,5%), Sul (64,3%) e Centro-Oeste (54,7%). Já os empregos públicos eram maioria no Norte (62,2%) e Nordeste (54,1%).

Entre os postos de trabalho de nível técnico/auxiliar por ocupação, a predominância era da subárea de enfermagem, com 72,9% (35,7% auxiliares e 37,2% técnicos de enfermagem) – pouco abaixo do resultado de 2005 (74,9%, com 53,4% auxiliares e 21,5% técnicos de enfermagem). Houve melhoria na qualificação das equipes de enfermagem, crescimento de 101,1% dos postos de trabalho dos técnicos e diminuição de 21,0% dos postos de auxiliares.

Fonte: IBGE

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Publicado em: 22/11/2010



Boletim diário EcoDebate Edição 1.225, de 24/novembro/ 2010

Boletim de atualização do Portal EcoDebate - Edição nº 1.225, de 24/novembro/ 2010

"Compreendemos desenvolvimento sustentável como sendo socialmente justo, economicamente inclusivo e ambientalmente responsável. Se não for assim não é sustentável. Aliás, também não é desenvolvimento. É apenas um processo exploratório, irresponsável e ganancioso, que atende a uma minoria poderosa, rica e politicamente influente."

Pedimos aos(às) nossos(as) leitores(as) que nos auxiliem na socialização da informação, sugerindo, recomendando ou encaminhando este boletim diário ou recomendando o próprio portal EcoDebate a outras pessoas, potencialmente interessadas nos mesmos temas que debatemos.

Desejamos a todos um bom dia e uma boa leitura

O Ecodebate passou por uma grande atualização técnica e já está online

MEC e o Enem: E nem ficam vermelhos… artigo de Montserrat Martins

Eficiência Energética: A última do Português, artigo de Efraim Rodrigues

Crime, castigo e mídias, artigo de Luís Carlos Lopes

'Guerra Cambial': Bola de neve de moedas, artigo de Benedicto Ismael C. Dutra

'Flexibilização' do Código Florestal pode inviabilizar meta brasileira de redução de emissões

Documento Final do III Encontro Continental do Povo Guarani

MS: Estudos sobre demarcação de terras indígenas devem ser concluídos em 2011

OMS: Relatório estima que despesas com saúde contribuem para aumentar a pobreza no mundo

COP-16, Desafios Imediatos das Mudanças Climáticas-Manifesto do Fórum de Mudanças Climáticas e Justiça Social

COP-16 pode avançar e definir meta de redução da emissão de gases

Exposição dos fetos a produtos químicos leva EUA a rever regulamentação

Economia de baixo carbono: o desafio brasileiro. Entrevista com Ricardo Abramovay

Após transposição água do rio São Francisco será a mais cara

MT libera para agricultura e pecuária 156 mil km2 de terra em área protegida; Florestas e quilombos são os mais afetados

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sábado, 20 de novembro de 2010

Manifestação do COFFITO frente à Lei do Ato Médico, em 18_11_2010

Brasília – DF, 16 de novembro de 2010.

A Sua Excelência o Senhor

Senador Inácio Arruda

Líder do PCdoB no Senado Federal

Ref.: Manifesto Entidades de Saúde sobre o SCD 268/2002 – Ato Médico

Senhor senador,

Em 2004, diversas categorias da saúde pública no Brasil entregaram mais de um milhão de assinaturas ao presidente do Congresso Nacional e organizaram diversas manifestações, que reuniram mais de 50 mil pessoas em atos realizados contra o Ato Médico em diversas cidades brasileiras.

Naquele momento, profissionais e estudantes de 13 categorias da área de saúde conseguiram explicar à população e ao poder legislativo os enormes prejuízos que o projeto, conhecido como Ato Médico, causaria à sociedade brasileira caso fosse aprovado, impedindo o pleno exercício das demais profissões da área da saúde.

Passados seis anos, o texto aprovado pela Câmara dos Deputados em 21 de outubro de 2009, e que se encontra novamente para apreciação do Senado Federal, mantém o mesmo vício de origem, que é colocar em risco o cuidado integral à saúde preconizado pela Constituição Federal, através do Sistema Único de Saúde (SUS).

Nas últimas décadas, os maiores avanços do conhecimento apenas se tornaram possíveis através de um esforço coletivo, reunindo especialistas de diferentes áreas na busca de respostas aos enigmas do mundo. Assim, no domínio das ciências, a interdisciplinaridade se impôs cada vez mais como prática coletiva, constituindo um campo comum onde os saberes em interação afetam-se mutuamente, num dinamismo que corrobora para a obtenção de soluções mais eficazes aos problemas observados.

No campo das práticas de cuidado em saúde, no Brasil, a proposta interdisciplinar encontra-se firmada nas diretrizes estabelecidas pelo SUS que, seguindo os preceitos da Organização Mundial da Saúde (OMS), observa que a atenção à saúde, longe de se reduzir a procedimentos médicos centrados na doença, inclui um conjunto de disciplinas e terapêuticas integradas, articuladas ou não ao campo biomédico, voltadas à promoção e proteção da saúde em sentido amplo.

Todavia, a matéria legislativa em questão prejudica a autonomia de cada profissão e impede a organização de especialidades multiprofissionais em saúde. Os milhões de usuários sabem dos benefícios do SUS e reconhecem o valor de todos os profissionais no dia a dia das unidades de saúde. Nesse sentido, hoje, uma série de políticas públicas de saúde, como Saúde Mental, Atenção Básica, Programa Saúde da Família e outras oferecidas à população contam com profissionais de várias áreas trabalhando de forma integrada e articulada. As equipes multidisciplinares definem em conjunto o diagnóstico e o tratamento, somando suas diversas visões de saúde e doença para chegar à melhor intervenção.

Reconhecemos o que é de competência técnica de cada profissão, inclusive a devida atualização da regulamentação do exercício da medicina. Por isso, defendemos a autonomia das profissões, os avanços do SUS e a atenção integral à saúde da população brasileira, que não são respeitados no presente texto do SCD 268/2002.

Dessa forma, manifestamos que a aprovação de matéria que possa vir a acarretar prejuízos à saúde da população, como o Ato Médico, deva seguir o caminho da ampla discussão e negociação que é marca do Congresso Nacional. Diante o exposto, manifestamos o interesse das entidades de saúde reunidas no presente documento de que a discussão sobre o SCD 268/2002 no âmbito do Senado Federal não seja realizada em regime de urgência, de maneira a respeitar as particularidades cabidas ao tema que ensejam grande responsabilidade na tomada de decisão por parte dos legisladores.

Dr. Roberto Mattar Cepeda
Presidente do Conselho Federal de Fisioterapia e Terapia Ocupacional – COFFITO

Dr. Manoel Carlos Neri da Silva
Presidente do Conselho Federal de Enfermagem – COFEN

Dra. Ana Maria Pereira Lopes
Presidente do Conselho Federal de Psicologia – CFP

Dr. Silvio José Cecchi
Presidente do Conselho Federal de Biomedicina – CFBM

Dr. Marco Antônio Abrahão
Presidente do Conselho Regional de Biomedicina da 1ª Região
 

sexta-feira, 19 de novembro de 2010

O DESAFIO DA INSERÇÃO DO FISIOTERAPEUTA NA COMUNIDADE

O Brasil evoluiu rapidamente quanto ao número de Fisioterapeutas, nas últimas décadas. Atualmente somos mais de 130 mil profissionais, enquanto que há 15 anos éramos apenas 16 mil. A década de 1990 foi determinante neste quadro, a partir do surgimento de um grande número de escolas formadores, que ultrapassam 500 no país, hoje.

Esta mudança é boa para a saúde da população? Ou isto seria um problema? A maior 'oferta' de profissionais disponíveis no 'mercado de trabalho' representa quais mudanças no sistema de saúde do país? A realidade da assistência fisioterapêutica mudou neste período, ou não? Se mudou, em que sentido? E, neste cenário, o que não mudou?

Uma questão central para entendermos esta nova realidade passa pelo maior conhecimento da população quanto à Fisioterapia. A percepção da população nem sempre é positiva pois há assistência de qualidade e há assistência precária. As fiscalizações realizadas pelos CREFITO´s têm flagrado situações altamente questionáveis, tanto do ponto de vista técnico-científico quanto ético. O que leva à este atendimento ruim? A formação deficiente, apenas?

Outra questão importante é a democratização do acesso ao atendimento fisioterapêutico, a partir do momento que os profissionais saem dos grandes centros e se aproximam das pequenas comunidades. E, ao mesmo tempo, saem da clínica/hospital – espaços tradicionais na formação identitária do profissional – para atuarem em outros espaços. Deixamos de atender a “elite” e nos aproximamos das pessoas. A saúde pública entra em nosso horizonte de possibilidades, o que lança alguns desafios interessantes sobre o processo de formação acadêmica.

Segundo dados do CREFITO-5 para novembro de 2010, no Rio Grande do Sul somos atualmente 7.953 fisioterapeutas. Destes, 2.593 (32,5%) estão em Porto Alegre. A capital tem aproximadamente 15% da população do estado, o que nos indica uma concentração de profissionais. Por que isto acontece? Quais as razões para que não haja certa proporcionalidade na distribuição espacial dos profissionais?

Aliás, a Terapia Ocupacional enfrenta a mesma questão, pois são 552 profissionais no estado e destes 62,5% (345) estão em Porto Alegre. Muitas cidades gaúchas, frente à implantação de serviços de saúde mental têm encontrado dificuldades em contratar este profissional.

Se pesquisarmos algumas informações adicionais, veremos no Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Saúde (CNES/2009) que atualmente temos no RS 3.037 inseridos neste sistema, dos quais 1.714 atendem ao SUS e 1.323 não atendem. A relação que se apresenta no CNES é que há 0,3 fisioterapeutas para cada mil habitantes. Mas, sabemos que esta proporção está errada, já que há muitos profissionais que não estão no cadastro.

O que se percebe é que começam a proliferar concursos públicos que incluem o fisioterapeuta, realizados pelas prefeituras municipais. Também, pela empiria, percebe-se que muitas prefeituras mantém contratos com clínicas/consultórias, constituindo uma rede assistencial local, na qual o profissional caracteriza-se como prestador de serviços, com pouco vínculo efetivo com os outros profissionais do SUS. Isto contitui-se como problema, pois o diálogo e a inserção são precários.

Havendo mais concursos públicos ou contratando-se mais profissionais, mesmo com vínculo precário, torna-se necessário refletir sobre como está ocorrendo esta inserção. A formação acadêmica já assimilou esta nova realidade? O profissional que está chegando à saúde pública percebe o contexto ampliado em que está aportando? Ou continua no esquema clínica/consultório/hospital? Por outro lado, o que a gestão pública está disposta a ceder de espaços para desenvolvermos nosso trabalho? Querem reabilitadores? Querem atendimento de clínica? Ou, ao contrário, esperam de nós o envolvimento na mudança social a partir do conceito ampliado de saúde? Este debate se torna fundamental, visto que as pistas quanto às respostas já estão dadas nos próprios editais que lançam eventuais concursos.

Outro aspecto importante neste contexto é reconhecer o território em que estamos nos inserindo. Quais espaços? Municípios de maior porte? Onde as chances de inserção têm aparecido com frequência? Para fomentar o debate, alguns números:

O Rio Grande do Sul tem atualmente 496 municípios. Porto Alegre tem 1,4 milhão de habitantes (dados de 2009/IBGE). Apenas mais três cidades têm mais de 300 mil habitantes: Caxias do Sul, Pelotas e Canoas. Os demais 492 municípios distribuem-se assim:

- de 200 a 300 mil hab: 6

- de 100 a 200 mil hab: 8

- de 50 a 100 mil hab: 25

- de 25 a 50 mil: (39)

- de 10 a 25 mil: (82)

- de 5 a 10 mil: (110)

- menos de 5 mil: (222)

Retomando os números, destacamos que nada menos do 2/3 (67%) dos municípios têm menos de 10 mil habitantes. E, 222, menos de 5 mil habitantes. Ainda, filtrando as informações ainda mais: 27 municípios têm menos de 2 mil habitantes.

Por óbvio, é muito diferente trabalhar nestas diferentes realidades. Em princípio, pequenos municípios poderiam ser até melhores para realizar um trabalho. Mas, ao mesmo tempo, são municípios que tem poucos “atrativos” e, assim, tem dificuldade de captar profissionais para atuarem nas equipes de saúde da família, por exemplo. Reportagem em jornal de Lajeado (out/10) destacava o fato de 9 municípios estarem, ao mesmo tempo, com o trabalho da ESF prejudicado pela falta de médicos.

Traz-se à luz do debate esta realidade pois ela é limitadora no desenvolvimento de algumas políticas públicas. Os pequenos municípios têm potencialidades. Mas estes têm também limites concretos e imobilizantes por serem difíceis de resolver. Ao mesmo tempo que são menos presentes quadros de miserabilidade, há outras questões culturais, educacionais, de saúde a serem enfrentadas. Quais? Conhecemos esta realidade?

A questão do NASF é sintomática quanto à sua potencialidade, pensada para esta realidade. O NASF está proposto para territórios maiores, o que praticamente inviabiliza sua implantação nestes locais. A equipe de ESF, já com dificuldades para se manter estável quanto ao quadro de participantes (há ainda grande rotatividade de profissionais), não tem o aporte teórico-prático para mudar a realidade social. Se temos a “sorte” de inserir um fisioterapeuta neste contexto, como se situa? À quem recorre? Há interdisciplinaridade, intersetorialidade, integralidade? Há co-responsabilização ou, ao contrário, todos sofrem no seu trabalho pelos acúmulos?

Temos uma maioria de fisioterapeutas forjados para o trabalho na Clínica/Hospital, com dificuldades de ler a realidade em que estão. Como então, aproximá-los desta realidade? Como vivenciar outras realidades? Como sair do espaço de vida em que nos criamos e, com isto, ampliar nossos dispositivos para a intervenção qualificada na atenção primária em saúde?

Vejamos um pequeno exemplo do desafio:

João e Maria moram num casebre na vila Santo Amaro. Sua casa tem dois cômodos e nela residem mais seis filhos. Seguidamente passam fome. A casa tem um banheirinho anexo e os dejetos vão à vala que passa nos fundos do terreno. A água é encanada, a luz, um gato puxado do poste da rua. O lixo, bem, o lixo se espalha pela vila... Quanto aos filhos, são quatro meninos, duas meninas, idades entre um ano e quatorze anos (Maria tem 28 anos, começou cedo a carreira de mãe, portanto). Os maiores estão na escola. Os menores, com a mãe ou com a vizinha. Ajudam-se, os vizinhos. João trabalha na indústria. Frigorífico. Estudou até a 5ª série e teve que parar para “ganhar a vida”. Tem 30 anos e poucas expectativas. “Como será o amanhã”, haverá comida, fraldas, roupas? Maria está em casa, com os filhos, e faz bicos como faxineira. Nada que dê muita renda, é lá e cá, de vez em quando... Na vila moram mais três mil pessoas, espalhadas em quinhentas famílias, acomodadas em quinhentos casebres. Ganham pouco dinheiro. Muito pouco, e há quem esteja desempregado. A vila fica longe, num canto da cidade, e a fama não é boa: há drogas, alcoolismo, há crime/violência/tráfico, há prostituição, há muitas doenças relacionadas à higiene, à falta de cuidado, negligência com os filhos. Sobretudo, há exclusão social. As pessoas da vila, por serem da vila, carregam o rótulo bem demarcado: são da vila, são pobres. Mas que pobres são estes?

Quem são as pessoas com as quais trabalhamos? Quais os canais de comunicação que são possíveis/necessários para que possamos entrar nesta realidade tão próxima? A família fictícia descrita acima é fictícia de fato? Ou há muitas destas famílias no nosso horizonte profissional? Quais os envolvimentos da Fisioterapia com estas pessoas?

Obviamente que não teremos resposta para todas as demandas sociais. Não é a nossa ambição. A formação de equipes multiprofissionais e interdisciplinares pretende dar conta das diferentes abordagens. Mas, para que esta equipe se estabeleça é preciso quebrar com paradigmas instituídos e fortemente enraizados em nossa formação. Senão teremos o seguinte quadro: imagine-se uma sala com 5 sujeitos diferentes: um fala alemão, outro italiano, outro português, outro chinês e o quinto espanhol. Cada um domina apenas e tão somente a sua língua. Como poderão se entender? Não seria esta metáfora próxima da realidade em algumas equipes de saúde, onde cada profissão fala a sua 'língua'? Como se faz o diálogo?

Não é o caso de se fazer um quadro de que nada está acontecendo. Há várias iniciativas que têm trazido ao cenário da construção do SUS novas experiências que aproximam os profissionais. Novos códigos de comunicação/linguagem vêm sendo contruídos e isto tem impactado a realidade do trabalho em saúde.

O que se propõe é a reflexão contínua quanto à complexidade social e os diferentes aspectos que devem ser considerados. A desigualdade social continua muito próxima de nossa realidade de vida e, enquanto profissionais de saúde, temos a oportunidade de agir.

quinta-feira, 11 de novembro de 2010

Publicação da Resolução 380 do COFFITO no DOU

RESOLUÇÃO No- 380, DE 3 DE NOVEMBRO DE 2010
Regulamenta o uso pelo Fisioterapeuta das Práticas Integrativas e Complementares de Saúde e dá outras providências.
O Plenário do Conselho Federal de Fisioterapia e Terapia Ocupacional, no uso das atribuições conferidas pelos incisos II e IX do art. 5º da Lei nº. 6.316, de 17 de setembro de 1975, em sua 208ª Reunião
Ordinária, realizada no dia 03 de novembro de 2010, em sua subsede, situada na Rua Napoleão de Barros, nº. 471, Vila Clementino, São Paulo-SP, deliberou:
1) A institucionalização pelo Ministério da Saúde das Práticas Integrativas e Complementares de Saúde nos termos da Portaria Ministerial 971/2006;
2) O reconhecimento de sua relevância social pela Organização Mundial de Saúde (OMS);
3) A necessidade de fundamentá-las eticamente ao perfundi-las socialmente sob o manejo de profissionais de saúde regulamentados;
4) Que todas as ações elencadas no ato administrativo do Ministério da Saúde, estão incluídas no CBO/2002, revisado no ano de 2008, publicado em 2009;
5) Que as Práticas Integrativas e Complementares de Saúde, em seus exatos termos, não concorrem com os atos profissionais previstos na reserva legal da assistência fisioterapêutica regulamentada;
6) Que o objeto social da assistência fisioterapêutica regulamentada está consolidado nos cuidados preventivos, diagnósticos e terapêuticos indicados para a superação dos distúrbios incidentes na saúde
cinesiológica funcional do indivíduo, intercorrentes em órgãos e/ou sistemas funcionais do corpo humano;
7) Que o fisioterapeuta é ator importante na promoção, na educação, na restauração e na preservação da saúde.
8) Que a lei Nº 6.360, de 23 de setembro de 1976, o Decreto Nº 79.094, de 5 de Janeiro de 1977 e demais legislação e registros da ANVISA que versam sobre os Fitoterápicos e suas restrições de prescrição,
nos termos da RDC 138 de 29 de maio de 2003, resolve:
Artigo 1º- Autorizar a prática pelo Fisioterapeuta dos atos complementares ao seu exercício profissional regulamentado, nos termos desta resolução e da portaria MS número 971/2006:
a) Fitoterapia;
b) Práticas Corporais, Manuais e Meditativas
c) Terapia Floral;
d) Magnetoterapia
e) Fisioterapia Antroposófica;
f) Termalismo/ Crenoterapia/Balneoterapia
g) Hipnose.
Parágrafo primeiro: excluem-se deste artigo os procedimentos cinesioterapêuticos e hidrocinesioterapêuticos componentes da reserva legal da Fisioterapia regulamentada.
Parágrafo segundo: Considerar-se-á também autorizado ao fisioterapeuta à prática de todos os atos complementares que estiverem relacionados á saúde do ser humano e que vierem a ser regulamentados pelo
Ministério da Saúde por meio de portaria específica.
Artigo 2º- O disposto nesta resolução não se aplica aos atos profissionais reconhecidos como especialidades fisioterapêuticas por instrumentos normativos específicos do Coffito.
Artigo 3º- O Fisioterapeuta deverá comprovar perante o Coffito a certificação de conhecimento das práticas integrativas e complementares. Será habilitado nos termos desta resolução o Fisioterapeuta que
apresentar títulos que comprovem o domínio das Práticas Integrativas de Saúde objeto desta resolução. Os títulos a que alude este artigo deverão ter como origem:
a) Instituições de Ensino Superior;
b) Instituições especialmente credenciadas pelo MEC;
c) Entidades Nacionais da Fisioterapia intimamente relacionadas ás práticas autorizadas por esta resolução.
Parágrafo Único: Os cursos concedentes dos títulos de que trata este artigo, deverão observar uma carga horária mínima, devidamente determinada pelo COFFITO que consultará as entidades associativas da
fisioterapia de âmbito nacional que sejam intimamente relacionadas ás práticas autorizadas por esta resolução, por meio dos seus respectivos Departamentos.
Artigo 4º- Os casos omissos deverão ser deliberados pelo Plenário do Coffito.
Artigo 5º- Os efeitos desta resolução entram em vigor na data de sua publicação, revogadas disposições em contrário.

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segunda-feira, 8 de novembro de 2010

Boletim de atualização do Portal EcoDebate - Edição nº 1.214, de 08/novembro/ 2010

"Compreendemos desenvolvimento sustentável como sendo socialmente justo, economicamente inclusivo e ambientalmente responsável. Se não for assim não é sustentável. Aliás, também não é desenvolvimento. É apenas um processo exploratório, irresponsável e ganancioso, que atende a uma minoria poderosa, rica e politicamente influente."

Pedimos aos(às) nossos(as) leitores(as) que nos auxiliem na socialização da informação, sugerindo, recomendando ou encaminhando este boletim diário ou recomendando o próprio portal EcoDebate a outras pessoas, potencialmente interessadas nos mesmos temas que debatemos.

Desejamos a todos um bom dia e uma boa leitura

A causa ambientalista é um compromisso de vida, por Henrique Cortez

No Mundo das Idéias, artigo de Marcus Eduardo de Oliveira

(Governo) Para todos, artigo de Montserrat Martins

São as mulheres que 'educam' os homens mal educados, artigo de Lélia Barbosa de Sousa Sá

'Doenças' contemporâneas, artigo de Américo Canhoto

MS: Parque Nacional da Serra da Bodoquena começa a ser implementado

MPF/RJ move seis ações contra pesca predatória em Arraial do Cabo

Plataforma virtual abre canal direto entre produtor e consumidor de orgânicos no Brasil

Incra identifica comunidades quilombolas no Rio e se prepara para disputa com Igreja Católica

Anvisa propõe mudanças no rótulo de produtos tóxicos como desinfetante e água sanitária

Estudo revela a presença de bisfenol-A(BPA) em mais da metade dos alimentos comprados em supermercados dos EUA

As contas para mudar o mundo, artigo de Washington Novaes

'A felicidade é uma ideia fundamental'. Entrevista com Alain Badiou

Os oceanos formam um vasto universo sobre o qual o homem quase nada sabe

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terça-feira, 2 de novembro de 2010

Festa de Dilma


Os partidos aliados festejaram, em 31/10/10, a vitória de Dilma. 56% dos votos, no Brasil. Em Lajeado, a vitória ocorreu com 53% dos votos válidos. Uma pequena multidão foi às ruas, esbanjando alegria.