terça-feira, 9 de outubro de 2012

CÂNCER DE MAMA: A QUESTÃO É PREVENIR-SE


A situação do acesso às mamografias na região da 16ª Coordenadoria Regional de Saúde

A nossa Regional de Saúde, que compreende 42 municípios, com 365 mil habitantes, tem atualmente contratadas 965 mamografias bilaterais de rastreamento mensais. Os prestadores contratados são o Hospital Santa Terezinha, de Encantado, com 200 exames mensais, o Hospital São José, de Arroio do Meio, com 71 exames, o Hospital Leonilda Brunet, de Ilópolis, com 150 exames, a Clínica Imagem, em Estrela, com 80 exames, o Hospital Ouro Branco, de Teutônia, com 264 exames, e o Hospital Bruno Born, com 200 exames. Estes exames são distribuídos equitativamente entre os municípios, segundo a sua população. Temos em processo de contratação mais um prestador, em Taquari, que ofertará mais 300 exames. Teremos então um total de 1.265 exames mensais. Segundo os critérios do Instituto Nacional do Câncer (INCA), considerando as mulheres com 40 anos ou mais da região, temos uma necessidade de 1.700 exames mensais. Portanto, já alcançaremos, pelo SUS quase 75% da necessidade regional e, se levarmos em conta que há um grupo razoável de mulheres que fazem seus exames via planos de saúde, ou mesmo de forma privada, a região está bem assistida.

A oferta de exames está crescendo nos últimos anos. Há cerca de 5 anos, nossa região não tinha mais do que 80 exames mensais. Em julho deste ano, foram efetivamente realizadas 890 na região e 24.906 no estado. No primeiro semestre deste ano, foram 5.032 mulheres as mulheres da região que fizeram o exame e 145.165 no estado. Para termos uma ideia da expansão, em 2010 a região fez 8.049 exames e em 2011 foram 10.036. Se as expectativas se confirmarem, este ano poderemos chegar a 11.580 e em 2013, com o novo prestador, a mais de 15.180 exames. Isto impactará positivamente a detecção precoce do câncer de mama, sem dúvidas.

O exame de mamografia bilateral de rastreamento é fundamental para identificar precocemente o câncer de mama. A mulher, antes de tudo, deve conhecer o seu corpo e para isso deve realizar a autopalpação das mamas. O ideal é que ela se informe com profissionais de saúde, nas Unidades Básicas de Saúde ou no profissional privado ou conveniado de sua preferência. Ela receberá informações de como proceder. Mas o autoexame não é suficiente, pois não é possível detectar nódulos muito pequenos. Por isso, o exame se torna tão importante, permitindo identificar qualquer sinal o mais cedo possível e, com isso, subsidiar os encaminhamentos necessários no tratamento, à critério do médico.

A incidência do câncer em nossa região é alta?

Sim, o câncer tem alta incidência na região. Considerando todos os óbitos que aconteceram e todos os tipos de câncer, no Rio Grande do Sul, em 2010, morreram 77.985 pessoas e destas 16.551 (21,2%) foram por câncer. Na região da 16ª CRS, neste mesmo ano morreram 2.484 pessoas e destas 518 (20,8%) por câncer. Este percentual vem aumentando. Isto se explica por que hoje conseguimos aperfeiçoar os diagnósticos, por um lado, e temos uma população que cada vez vive mais e, na população mais idosa a frequência de câncer aumenta, tendo em vista a degeneração biológica natural. A expectativa de vida do gaúcho em breve será de 80 anos, enquanto que em 1980 não passava de 58 anos. Pagamos um preço por viver mais e, o que precisamos então, é que este processo de envelhecimento seja o mais bem sucedido possível, com qualidade, sem doenças, o que se faz com um estilo de vida saudável e prevenção. E o exame periódico faz parte da prevenção.

Que tipo de câncer atinge nossa região? Por quê?

Os tipos mais comuns de câncer na nossa região para homens é o de pulmão e de próstata. Entre as mulheres, o de mama e o de câncer de colo de útero, seguindo-se ainda como muito prevalente o de pulmão. O câncer que causou mais mortes, considerando os dois sexos, foi o de pulmão, com 2.964 vítimas em 2010, o que representa um aumento de quase 800 mortes num período de 10 anos, já que em 2001 ele matou 2.187 pessoas. Entre os homens vale destacar ainda o câncer de próstata, que matou 764 homens em 2001 e este número aumentou para 1.090 em 2010, portanto uma elevação considerável na década. Nas mulheres, o câncer de mama matou 872 mulheres em 2001 e 1.145 em 2010, ou seja, um número que cresce, também. Já o câncer de colo de útero matou 262 mulheres em 2001 e 267 mulheres em 2010, o que demonstra que o exame preventivo tem ao menos mantido os números absolutos estáveis.
Mas, além destes, todos os outros tipos de câncer estão presentes. Os motivos são variados, mas as explicações mais aceitas são o tabagismo, que ainda é o grande vilão, os hábitos de vida pouco saudáveis, o consumo de produtos químicos presentes em alimentos, o contato com agrotóxicos e aí por diante. A lista das causas é grande. Mas, o que cabe aqui ressaltar é que nós não somos diferentes de qualquer outra região, ou seja, todos estão sujeitos a ter câncer e para evitá-lo só tem um jeito: lutar contra ele. 

Como devemos nos cuidar?

Bem, esta é uma pergunta complexa. Há muitas formas e a recomendação que poderia dar neste espaço é: interesse-se pelo assunto, independentemente da sua idade. Na televisão, no rádio, jornais e revistas, seguidamente temos reportagens sobre isto. Outro lugar excepcional para buscar informações é com os profissionais de saúde, tanto da rede pública de saúde, quanto da rede privada. Não importa quem, todo o profissional de saúde pode ajudar. Consulte seu médico regularmente. Além disso, ajuda muito se o fumante parar de fumar, se fizer atividades físicas regulares, se não consumirmos produtos químicos em excesso. Isto garante? Não, ainda assim podemos ser vítimas do câncer. Mas, a ciência já mostrou que quanto mais nos aproximamos das causas do câncer maiores as chances de haver a doença.

Quanto o estado gasta com tratamento de câncer na região?

Este é um cálculo complexo. Mas é muito dinheiro. Por que é complexo? Por que há investimentos nas equipes de saúde, nos profissionais que estão na rede de saúde para orientar. Há exames básicos que são ofertados, há exames de média e alta complexidade que dão suporte para o diagnóstico e há o tratamento em si, que pode ser cirúrgico, quimioterapia, radioterapia. Enfim, é um gasto enorme, não só do estado, mas também dos municípios e da União. Na região o Hospital Bruno Born é a referência para assistência em quimioterapia e radioterapia pelo SUS.
 As operadoras de saúde, que vendem os planos de saúde, também já sabem do tamanho da conta e por isso estão trabalhando o estímulo à prevenção também, tanto quanto o setor público. O aumento do número de mamografias é uma forma de segurar a conta, visto ser muito mais barato pagar um exame como a mamografia bilateral de rastreamento, detectar precocemente e resolver o problema da mulher cedo, do que o gasto futuro com radioterapia, quimioterapia, medicamentos caríssimos. E é preciso levar em conta que, descobrindo o problema cedo as chances de um desfecho positivo aumentam muito para a mulher. Mas, seguramente, o gasto é na casa dos bilhões de reais no Brasil todo. 

Qual a melhor conscientização?

É o autoconhecimento. É dar-se conta de que nosso corpo é único, nossa única morada e é ele que nos garante a possibilidade de vida. Ter esta consciência já nos impulsiona para a ação, via uma vida saudável e as medidas de prevenção rotineira, com exames periódicos. Não tem outro jeito. Muitas pessoas não tem essa consciência e é aí que a saúde pública deve agir, a imprensa pode contribuir, aperfeiçoando a comunicação em saúde. É um caminho longo, mas necessário, que vem sendo feito e com resultados animadores.

Como começar a se cuidar?

Para responder essa pergunta me aproprio de uma expressão usada no AA (alcoólicos anônimos): “só por hoje”. Comece a se cuidar só por hoje e a cada manhã renove este propósito. Só por hoje vou ter hábitos saudáveis, sem consumir em excesso, sem fumar. Só por hoje. Se a cada dia tivermos esta consciência de que é necessária certa harmonia entre corpo e mente, tudo fica mais fácil. Isto acaba por se incorporar na nossa vida e a saúde é a consequência. 

quinta-feira, 2 de agosto de 2012

Boletim diário EcoDebate Edição 1.648, de 02/ Agosto/ 2012

Boletim de atualização do Portal EcoDebate - Edição 1.648, de 02/ Agosto/ 2012

Desejamos a todos(as) um bom dia e uma boa leitura

Complexidade e meio ambiente, artigo de Roberto Naime

O Plano Nacional de Educação (PNE) 2011-2020O , artigo de Benedicto Ismael C. Dutra

Votação da MP do Código Florestal deve ficar para outubro, diz líder do governo no Senado

Mais de 90% dos municípios podem ficar sem recursos federais para saneamento e limpeza urbana

MPF/AM quer evitar cumprimento de resolução que permite uso de mercúrio em garimpos de ouro

Pescadores artesanais protestam no Rio exigindo a paralisação das obras do Comperj e da CSA

MT: Justiça concede 30 dias para que não índios deixem a Terra Indígena Xavante-Marãiwatsédé

Funai, por segurança, substitui coordenador do processo de desocupação da Terra Indígena Marãiwatsédé

Justiça suspende novamente obras da Hidrelétrica de Teles Pires

Hidrelétrica São Luiz do Tapajós: Muito mais grave que Belo Monte

Organizações brasileiras que atuam na Amazônia influenciam discussão global sobre o clima

CPI Tráfico de Pessoas vai ouvir depoimentos sobre trabalho escravo em Jirau

A degradação de terras no Brasil e a perda da resiliência em termos de produção e sustentabilidade. Entrevista com Eduardo Campello

Após dois anos, Prefeitura de São Paulo lança plano de resíduos sólidos sem metas

Moradores de Fukushima dizem 'não' à energia nuclear

Produtos da Apple são cada vez mais compactos e prejudiciais ao meio ambiente

[ O conteúdo do EcoDebate é "Copyleft", podendo ser copiado, reproduzido e/ou distribuído, desde que seja dado crédito ao autor, ao EcoDebate e, se for o caso, à fonte primária da informação ]

"Compreendemos desenvolvimento sustentável como sendo socialmente justo, economicamente inclusivo e ambientalmente responsável. Se não for assim não é sustentável. Aliás, também não é desenvolvimento. É apenas um processo exploratório, irresponsável e ganancioso, que atende a uma minoria poderosa, rica e politicamente influente."

segunda-feira, 16 de julho de 2012

DISCURSO DE JONES, em 12/07/2012, RECEBENDO O TÍTULO DE CIDADÃO TEUTONIENSE

O texto a seguir é de autoria de Jones Sebastião Nunes de Moraes, e se trata do discurso que produziu e que foi lido no dia 12.07.2012 por Paulo Brust, data em que recebeu o título de cidadão teutoniense.


Em nome do Jones e a convite dele, vou ler o seu discurso (Paulo Brust)


Saúdo o Excelentíssimo Prefeito de Teutônia, Renato Airton Altmann, senhor vice-prefeito Ariberto Magedanz, senhor presidente da Câmara de Vereadores, Jonatan Brönstrup, e através dele saúdo todos os vereadores desta Casa, bem como todas as autoridades que se fazem presentes.

Quero saudar os meus colegas que também estão sendo homenageados nessa noite, os amigos, colegas, familiares e a toda comunidade em geral. Também os corações, dos amigos distantes, que estão aqui presentes.


Minha história

Nasci em 06 de maio de 1973, no município de Soledade – Rio Grande do Sul. Já morei em muitas cidades. Escrevendo esse texto, passou na minha cabeça um filme de toda a minha vida aqui em Teutônia. Cheguei aqui com 14 anos de idade. Lembro-me do dia em que cheguei com a minha família. As ruas não tinham calçadas. Chegando na minha casa nova (que ainda não era na Vila Popular), lembro-me que da janela da frente eu via a rua e a avenida sem asfalto. Pensava: "- será que ficarei aqui muito tempo?" Minha mãe pegava sapatos para costurar em casa de atelieres. Eu adorava contar os pares de calçados já prontos. Eu sabia que o prefeito era o senhor Elton Klepker e via ele na TV com seu andador. Não imaginava que ele seria muito importante para mim. Lembro-me também quando fui ao Centro de Saúde pela primeira vez. Nesse dia, a Rádio Popular nascia. Adorava escutar o Lucas Brune, bem novinho, narrando um jogo de futebol. A voz não era a mesma de agora, mas o talento é o mesmo. Passado um tempo, em 1991, uma querida amiga teve uma ideia. Ela sugeriu eu caminhar com um cavalete e essa ideia ficou na minha mente.


Minha nova história de vida

Em 1995, ingressei na minha querida APAE de Teutônia, onde comecei a minha nova vida. Lembro-me que eu esperava ansioso o meu horário para a fisioterapia. Começava uma bela amizade entre mim e o Glademir Schwingel. Além dos exercícios, nós conversávamos de tudo: futebol, política e assuntos diversos.

Em 1996, eu pedi para caminhar num cavalete. Ele gostou da ideia e iniciamos um novo trabalho. O Glademir pediu para o Klepker um cavalete para mim. Ele me deu aquele que eu tinha visto na TV, que falei anteriormente.

A minha primeira professora foi a Izabel Hermel. Ainda nesse ano, começou a trabalhar na APAE uma jovem professora e então comecei a ir todos os dias para lá. Ela foi a minha segunda professora, a querida Ana Carolina Klein. Lembro-me como se fosse hoje, ela com quatro alunos, pediu-me para escrever o meu nome mostrando as letras embaralhadas de um jogo de letras. Eu comecei a escrevê-lo ao contrário, com a letra "S". Ela disse: "- hi, ele vai dar um trabalho para mim alfabetizá-lo."

Em 1998, conseguimos comprar a casa na Vila Popular. Nesse ano, na APAE, a gente fazia sacolas e cartões de Natal para vender. No final do ano, ganhamos pela primeira vez um dinheiro com as vendas. O valor foi dividido para os alunos da turma da Oficina. Eu ganhei R$ 70,00, dei para a minha mãe e ela colocou piso na nossa casa.


O meu horário na fisioterapia era de manhã e paralelamente comecei um trabalho com a fonoaudióloga, a Fabíola Cardoso. Com ela eu aprendi a falar melhor e também começamos uma amizade bonita.

Na APAE, eu adorava a Semana comemorativa do Portador de Necessidades Especiais porque a gente fazia muitas atividades diferentes. O que eu gostava mais era do dia da discoteca. Ali, passávamos integrados, dançando e brincando, com todos colegas e professores das APAEs do 8º Conselho, aqui da região.

Foi na APAE, que eu viajei sozinho sem a minha mãe.

Numa outra casa onde morei, eu via bem de longe uma casa cor-de-rosa e sabia que ali estava morando a Pequena, uma cadelinha, que a professora, Rosângela Moraes, a levava para a APAE antes de doá-la. Nem imaginava que essa casa seria o meu segundo lar. Eu parava em pé, apoiando-me numa árvore, para ver essa casa.

Em 1999, chegou uma professora na APAE para trabalhar Educação Física, Dança e Teatro. E ela iria mudar totalmente a minha vida, como a dela também. É a professora Sônia Gomes. Eu lancei um desafio para ela e para mim mesmo.


Com a Educação Física

Muitas outras oportunidades foram aparecendo. Em 99, participei da Iª Olimpíada das APAEs. E sempre esses encontros eram muito divertidos, alegres, rever os amigos, mas com atenção no foco, que era da competição. Que, muitas vezes, a alegria do reencontro fazia se perder um pouco o clima de competir. Eu, particularmente, gostava de ver que uns ajudavam os outros sem se importarem em ganhar. Os meus colegas especiais dão exemplos de cooperação. Mas, voltavam ao foco de competir, quando os professores alertavam para o ganhar. Aí, os colegas se ligavam e faziam o que tinham que fazer, mas, mesmo com o alerta, eles ficavam atentos aos adversários, para que não se machucassem e nem ficassem tristes.

A amizade com a professora Sônia estava crescendo. Além do trabalho que fazíamos dentro da Educação Física, ela começou a me dar uns exercícios para melhorar a minha concentração, já que eu tinha muita dificuldade em concentrar-me nas atividades e de me manter em meu centro. No dia 24 de dezembro às 18h 30min, ela me deu o melhor presente da minha vida. O presente não era físico, mas espiritual. Estava iniciando o meu caminho dentro da espiritualidade. E ela me acolheu como seu afilhado.


Capoeira

Em 2004, iniciei na disciplina de Capoeira na APAE com o professor Reginaldo. Quando me desliguei totalmente dessa escola, fiquei um tempo sem jogar. Só voltei a ter contato novamente com essa arte em 2009, no CEMEF, com o Claiton Júnior, professor de capoeira.


Música

Com a disciplina Música, o professor Anderson Altmann ensinou-me a conhecer as letras, as músicas, a saber escutar e a sentir com o coração. Foi muito útil para mim, acrescentando então beleza e ritmo na minha dança.


Com a Dança,

As oportunidades foram maiores ainda. Mas quando iniciamos essa disciplina, eu dançava como aluno comum com coreografias comuns. Sentia que faltava alguma coisa. Queria mais! Queria o Tango! Por que o Tango? Porque o Tango representava uma conquista, uma dança bonita e queria ter uma parceira. Vivenciar tudo isso era o meu grande desafio. Lancei para a professora Sônia. Ela me olhou com uma cara de interrogação e me disse:

"- Jones, deixe isso para lá. Não vamos pensar em dança, por enquanto. Vou dar aula de educação física também e quero trabalhar outras atividades primeiro com você e toda a turma. Está bem?"

Eu respondi a ela sorrindo "– Está bem." E sei que ela colocou esse pedido no seu coração como um desafio para ela e para mim. E deu certo! Um dia na APAE, eu vi um filme A Bela e a Fera e eles dançavam uma valsa. Eu pensei: "- poderia ser o Tango!"


O Tango da Vitória

O quebra-cabeça só foi montado quando a professora Sônia foi fazer um curso de Pós-Graduação em Dança Cênica. Ela aproveitou o desafio que eu lancei a ela e, chegando de volta a Teutônia, falou-me: "- Jones, te prepara que faremos o teu Tango." Eu, feliz, pulava de joelhos. Montamos o Tango com uma colega da APAE. O nome da coreografia foi A Bela e a Fera. O trabalho de monografia levou o nome A DANÇA NUM CORPO DIFERENTE.

Em 2002, levamos essa dança para o V Festival Regional "Nossa Arte" das APAEs. Na coxia eu olhava as outras danças com muito brilho, roupas e cenários coloridos e na nossa dança só tinha um cavalete e uma cadeira, além de mim e da minha parceira, vestidos com roupa de tango de maneira bem simples. Chegando na hora da nossa apresentação, coloquei o pé no palco e senti que ganhei uma energia do "alto", que foi muito linda. Estava na expectativa, porque fui eu que escolhi a música e fiz a estória inicial da coreografia. No final, deu tudo certo, fomos campeões na modalidade Dança.

A partir daí, o Tango revolucionou a minha história. Fomos convidados para palestras-show, viagens, apresentações artísticas, eventos, etc. Participamos também de Congressos e Fóruns. Inclusive, a madrinha levou para a Índia, no Fórum Social Mundial, o nosso trabalho da monografia, expondo-o. Lembro-me que ela disse que o Tango ficou rodando várias vezes na TV interna dentro do Comitê Brasileiro, dentro do Fórum. As pessoas passavam pela frente, me olhavam e ficavam nos assistindo, admirando-nos.

Esse ano foi muito marcante. Várias outras ações minhas mudaram decisivamente a minha vida: eu votei pela primeira vez; comecei a estudar numa escola regular, cursando a EJA – Educação para Jovens e Adultos; viajei para fora do estado. Mas o mais inusitado de tudo foi quando eu viajei de avião. Muitas emoções, surpresas, eu estava em êxtase.

A minha primeira professora na EJA foi Roseli Hartmann. Muito querida e atenciosa. Ela adorava pegar no meu "pé", porque eu tinha a mania de colocar o lápis na minha boca. Ela dizia: "- Um dia ainda vai ficar com uma metade do lápis na mão e a outra na boca." E o pior de tudo isso é que aconteceu mesmo.

A turma colocou-me o apelido de "campeão". Campeão da vida pelas minhas ideias, pelo esforço que fazia para me superar a cada dia e pela minha alegria.


Conexões

Na EJA estava tudo bem. Porém, eu levava uma hora para caminhar e subir o morro de uma quadra da minha casa até a Escola com o cavalete. Ou minha mãe tinha que me levar de cadeira de rodas. A cadeira era muito velha e pesada. Dava um trabalhão para ela. Eu me sentia muito mal com isso. Então, lancei um novo desafio para a madrinha, a professora Sônia: "– Madrinha , gostaria de ter uma cadeira motorizada.

- Mas como faremos para conseguir? É muito cara! Disse ela.

Pensei, pensei e disse:

- Você tem um grupo de dança e nunca fez um espetáculo com seus alunos para os pais. Vamos fazer agora um grande show; vendemos ingressos e com esse dinheiro compramos essa cadeira.

- Grande ideia, falou."

Então, em 2003, foi o lançamento do primeiro espetáculo, o Show Beneficente Conexões. Com a parceria da Administração Municipal, da Orquestra Municipal, esse evento conseguiu atingir o seu objetivo e consegui a minha cadeira motorizada.

Outra ideia que deu certo. E esse ano será a 9ª edição.

Nesse ano ainda, a madrinha me integrou numa Turma, chamada Especial, do seu grupo de dança, o "Danças & Ritmos", em que eu dançava com alunos não deficientes.

Em janeiro de 2005, fui assistir Tangos e Tragédias em Porto Alegre com a madrinha e seu esposo. A apresentação foi no Theatro São Pedro. Ali, eu me imaginei dançando o Tango. Passaram-se dez meses e eu estava lá no Theatro dançando o Tango e outras danças com o Conexões Porto Alegre. Outro marco na minha história.

Em 2007, o nome A DANÇA NUM CORPO DIFERENTE começava a mudar para A ARTE NUM CORPO DIFERENTE. Lancei mais dois desafios para a madrinha querendo o livro e o filme da minha vida. Começamos a escrever a nossa história. Surgiram oportunidades de participarmos de livros coletâneas. A nossa história começou a ser eternizada. No início, participei somente como coautor. Pouco a pouco, fui conquistando o meu espaço e também, agora, sou autor.

Quando terminei a EJA, em 2008, cursei o curso de Informática para a 3ª Idade com o meu amigo, o professor Rafael Zimmermann, no Colégio Teutônia. Ele me mostrou um programa, que é comum, mas para mim é o melhor do mundo, é o Paint. Eu comecei a brincar com ele. Fazia objetos simples, elementos da natureza e projetei a ampliação da minha casa.

Em 2011, eu fiz meu primeiro trabalho gráfico para dar de presente para a minha amiga Wandinha, a irmã da madrinha, por ocasião do seu aniversário. A Suélen, a filha dela, adorou e disse que era para eu fazer mais trabalhos e, quem sabe, até vender. Entusiasmei-me e comecei a fazer essas artes com temas diversos. Veio então, a TeutoArt com o 1º Salão de Artes Visuais. Eu não sabia que existia esse tipo de Arte. Com o evento, houve a possibilidade então de eu expor os trabalhos digitais. Ganhei o primeiro lugar em Arte Digital com o voto popular.

Em 2010, ingressei no IECEG cursando o Técnico em Informática. Onde estou até hoje.

Com tudo isso, comecei a me sentir muito querido e útil em Teutônia e em outros lugares onde fomos mostrar a nossa Arte. Fomos muito requisitados para palestras e apresentações, tanto na área cultural quanto, principalmente, na área educacional.


AGRADECIMENTOS

Primeiro: a Deus

Segundo: à minha família espiritual, principalmente, às minhas irmãs espirituais de Teutônia, Lajeado e Paverama

Terceiro: a APAE de Teutônia.

Tenho orgulho de falar, entrei na escola especial como um deficiente e saí de lá como um cidadão portador de necessidades especiais

- ao vereador e presidente da Câmara, Jonatan Brönstrup, por ter acreditado em mim e indicar para receber o título máximo de cidadania

- à Câmara de Vereadores

- à Administração Municipal, que sempre ajudou a mim e a minha mãe e apoiou as minhas ideias, através da professora Sônia

- às EMEFs Guilherme Sommer, Teobaldo Closs, Leopoldo Klepker

- à EEEM Reynaldo Affonso Augustin

- ao Colégio Teutônia

- ao IECEG, à minha turma do Técnico

- ao CEMEF, hoje ainda participo do Grupo Danças & Ritmos e realizo trabalho voluntário na Secretaria. Aos professores: vocês são guerreiros da Educação!

- à minha turma de dança do CEMEF

- ao senhor Elton Klepker

- ao Glademir Schwingel

- a todos os meus professores, que foram e são os meus mestres

- a todos os profissionais que me orientaram e continuam a me oferecer atenção e carinho

- a grande família da professora Sônia, a minha segunda família

  • ao meu amigo William e ao Nash, pela parceria do dia a dia e pelo momentos festivos no Grenal. Ao amigo Tiago, pelos papos "cabeça" e ao Valdur pelas comidas boas;

  • à minha querida BisaVó Vanda, com você, agora, eu sei o que é ter vó. Obrigado pelas Bananas Splits, agora com 6 bolas

- à Wandinha, pelos momentos alegres e festivos na praia

- à Verinha, pela sempre parceria

- às "tias" do CEMEF, que sempre me dão o mamão e o pãozinho cortadinhos

- ao Artêmio, o Puvi, o motorista escolar pelo gostoso colinho, carregando-me muitas vezes abaixo de chuva e também sempre me mostrando as coisas bonitas de Teutônia

- ao Paulo Brust, o Paulinho, meu amigo e chefe, por me acolher com carinho no educandário e por ter aceitado esse pedido de ler o meu discurso a vocês

- aos meus amigos, colegas e professores presentes e ausentes nessa noite

- aos meus amigos e colegas especiais

- à Ângela Schaeffer, pelo título dado ao livro "O Tango da Vitória"

- a todos os apoiadores, à imprensa, às escolas do município, às empresas e aos amigos do Show Conexões

- ao maestro Astor Dalferth

- ao meu irmão Gean

- as duas mulheres mais importantes da minha vida:

Começo com a segunda, à madrinha:

Para minha professora, parceira de tango, que sempre acreditou em mim, quem me deu uma nova família, a amiga que escuta as minhas ideias malucas, a minha irmã espiritual, minha nutricionista, que me ensina a comer correto, a pessoa quem me levou para passear e me apresentou o mar, aquela que me ajuda a escrever textos para publicar em livros e desenvolver teatros, enfim, a mulher que faz o melhor café com leite, a minha fada madrinha, Sônia Lúcia de Souza Gomes.


A primeira é a minha mãe:

Mãe, depois de tudo que já passamos, você é um modelo de mulher guerreira e de fibra, de grande coração, meu anjo da guarda. Apesar de sermos pobres, a nossa casa está sempre limpa, bem cuidada e cheirosa. A minha mãe limpa o chão todos os dias para que eu possa me deslocar sem sujar as minhas calças. Antes de ingressar na APAE, minha mãe me dava banho, comida e água na boca, escovava meus dentes e fazia a minha barba. Com o meu desenvolvimento psicomotor, hoje consigo sozinho tomar banho, escovar os dentes, comer com garfo, tomar água no copo e realizar muitas outras ações. Mas a barba, essa ainda ela é que faz.

E a sua "Cassata"... hum que delícia... é a melhor do mundo.

Mãe, toda a vez que eu penso em ti, vem a letra de uma música:


"- Queira Deus, que algum dia, eu te fale a verdade, que vivi um sonho lindo. Mãe, e me orgulho em ser seu filho."

- a todas e a todos, presentes e ausentes fisicamente,

- enfim, a todas as pessoas que foram o meu alicerce, que acreditaram em mim, que seguraram as minhas mãos, que fizeram eu descobrir em mim habilidades que até então estavam adormecidas.


Um acróstico para Teutônia


Terra da

Esperança com a

União,

Trabalho e

Organização.

Nasceu de um sonho dos

Imigrantes com muito

Amor.


Minha Teutônia minha Cidade,

é aqui que eu achei a minha felicidade.

o MEU MUITO OBRIGADO, Jones


terça-feira, 10 de julho de 2012

Saúde e segurança pública são eleitos mais importantes na região

Resultados foram divulgados na tarde de ontem pelo Conselho de Desenvolvimento do Vale do Taquari (Codevat). Processo ocorreu na quarta

Publicado em 10/07/2012- JORNAL O INFORMATIVO DO VALE


Vale do Taquari - Os projetos eleitos pela população no processo de Participação Popular e Cidadã, ocorrido na quarta-feira, devem destinar à região um total de R$ 5.937.117,65. Os resultados foram divulgados na tarde de ontem pelo Conselho de Desenvolvimento do Vale do Taquari (Codevat). Os projetos destinam R$ 1 milhão para a saúde, no apoio aos 21 hospitais do Vale do Taquari para aquisição de equipamentos e/ou reforma e/ou ampliação (rateio conforme o número de leitos pelo SUS); R$ 1 milhão para a segurança pública, com o reaparelhamento dos órgãos de segurança da região; R$ 1,8 milhão para o desenvolvimento rural e irrigação, a serem investidos no fortalecimento da cadeia produtiva do leite (21 municípios recebem R$ 50 mil cada); R$ 1,2 milhão para os projetos microrregionais mais votados, como o de desenvolvimento social e erradicação da pobreza, com cursos de qualificação ou capacitação para jovens e adultos; e R$ 937.117,65 para projetos em geral.
Já entre as prioridades estratégicas, as duas mais votadas pertencem à área da saúde e contemplam a construção de uma Unidade de Atendimento da Fundação para Reabilitação das Deformidades Crânio-Faciais (FundeF) e de uma Unidade de Atendimento Intensivo (UTI) junto do Hospital Ouro Branco, em Teutônia. De acordo com o presidente do Sindicato dos Hospitais Beneficentes, Religiosos e Filantrópicos da região, André Lagemann, a escolha pelo projeto que contempla os hospitais é fruto da mobilização bem-sucedida do sindicato. "Um dos nossos papéis é o de conseguir recursos aos hospitais, e foi com esse intuito que nos reunimos e entendemos ser de suma importância a busca desse valor", coloca ele, lembrando que o montante pode ser destinado à compra de aparelhos ou ampliação de ambientes. "Há hospitais instalados em prédios que têm mais de 60 anos", informa.
Para a secretária executiva do Codevat, Cíntia Agostini, a consulta deste ano surpreendeu em relação à escolha das duas prioridades estratégicas, ambas relacionadas à saúde. "Essa é uma área sensível a todo mundo, mas o Codevat não tinha ideia de que somente ela seria contemplada", revela. Em se tratando de apostas, o conselho também ficou perplexo com o resultado. "Por causa de toda articulação feita em torno do turismo, imaginávamos que esse seria um tema de maior apelo junto da comunidade, só que a votação mostrou o contrário", coloca. Também a escolha de projetos microrregionais para qualificação e capacitação de jovens e adultos foram uma grande surpresa. "A partir deles, 18 municípios da região vão receber R$ 50 mil cada", expõe ela, que até a tarde de ontem não tinha informações quanto à mobilização das comunidades para votação nesses projetos. "Parece que a população tem se identificado muito com o tema, apesar de não haver grande mobilização em relação a isso", observa Cíntia.

Consulta popular
Este ano, a votação para a consulta mobilizou 34.543 pessoas, sendo 5.748 votos pela internet e 28.795 manuais. O número total de eleitores foi 12% inferior ao processo do ano passado, quando participaram 39.250 pessoas. A votação ocorreu em 240 urnas, entre fixas e volantes, do horário das 9h às 18h, da quarta-feira, e na internet foi das 8h da quarta-feira às 18h da quinta-feira.

quarta-feira, 20 de junho de 2012


Informativo Semanal do CREFITO10/SC, 20 de Junho de 2012 | Número 141


Edição Extraordinária

19 de Junho de 2012, assume nova administração do COFFITO

Na noite de ontem, 19 de junho de 2012, às 17 horas na sede do COFFITO em Brasília, foram empossados os novos Conselheiros do Conselho Federal de Fisioterapia e Terapia Ocupacional – COFFITO, para o interstício 2012-2016.
Após a posse formal, deu-se a eleição de Presidente e Vice-Presidente, onde foram eleitos por unanimidade o Dr. Roberto Mattar Cepeda - Presidente e a Dra. Luziana Maranhão como Vice-Presidente, sendo que logo após o Presidente nomeou seus dois Diretores, Dr. Cássio Fernando Oliveira da Silva - Diretor-Secretário e Dr. Willen Heil e Silva – Diretor-Tesoureiro.
Cabe ressaltar que entre os Conselheiros eleitos figurou pela primeira vez uma Catarinense, Dra. Fernanda Simões Vieira Guimarães Torres, Fisioterapeuta, Professora do Curso de Fisioterapia do CEFID-UDESC, Fisioterapeuta da Assembléia Legislativa do Estado de Santa Catarina, Conselheira do CREFITO-10 (gestão 2005-2009), colabora com o Núcleo de Comunicação e Eventos do CREFITO-10 (gestão 2009-2013), atualmente é Secretária do Comitê Executivo da Confederação Latino Americana de Fisioterapia e Kinesiologia – CLAFK e Confederação Mundial de Fisioterapia - Região Sul Americana – WCPT-SAR e Diretora-Secretária da Associação de Fisioterapeutas do Brasil - AFB.
Membros Efetivos:
ROBERTO MATTAR CEPEDA - CREFITO-8 - 6036-F
LUZIANA CARVALHO DE ALBUQUERQUE MARANHÃO - CREFITO-1 - 1067- TO
ELINETH DA CONCEIÇÃO DA SILVA BRAGA - CREFITO- 12 - 19958-F
CÁSSIO FERNANDO OLIVEIRA DA SILVA - CREFITO-9 - 15728-F
PATRÍCIA LUCIANE SANTOS DE LIMA - CREFITO-8 n° 3907-TO
WILEN HEIL E SILVA - CREFITO-2 - 28007-F
MARCELO RENATO MASSAHUD JÚNIOR - CREFITO- 4 - 60044-F
PATRÍCIA ROSSAFA BRANCO - CREFITO-8 -29271-F
LEONARDO JOSÉ COSTA DE LIMA - CREFITO-3 - 1257-TO

Membros Suplentes:
RICARDO LOTIF ARAÚJO - CREFITO-6 - 33481-F
GLADEMIR SCHWINGEL - CREFITO-5 - 15500-F
JOSÉ WAGNER CAVALCANTE MUNIZ - CREFITO-12 - 9860-F
AUGUSTO CESINANDO CARVALHO - CREFITO-3 - 6076-F
FERNANDA SIMÕES VIEIRA GUIMARÃES TORRES - CREFITO-10 - 22007-F
ANA RITA COSTA DE SOUZA LOBO BRAGA - CREFITO-11 - 6723-TO
CLEBER MURILO PINHEIRO SADY - CREFITO-7 - 5773-F
MARIA LUIZA VAUTIER TEIXEIRA - CREFITO-8 - 786-TO
MARIA SEVERA DE VASCONCELOS ALCANTRA - CREFITO-12 n° 3473-TO

quarta-feira, 25 de abril de 2012

Vacinação contra a gripe inicia em 5 de maio

Devem se vacinar gestantes, idosos e crianças entre os 6 meses e menores de dois anos

A campanha de vacinação contra a gripe começa no próximo dia 5 de maio. Assim como no ano passado, o público alvo será todas as pessoas acima dos 60 anos, as gestantes (em qualquer período), crianças entre os seis meses a menores de 2 anos, indígenas aldeados e trabalhadores de saúde de unidades que fazem atendimento de casos de influenza. 

A dose protege contra três tipos do vírus Influenza, entre eles o H1N1 e outros dois tipos de gripe sazonal. O Governo do Estado, por meio da Secretaria Estadual da Saúde, trabalha para garantir que, no total, 1,9 milhão de pessoas sejam imunizadas - aproximadamente 1,4 milhão de idosos, 128 mil gestantes, 202,7 mil crianças, 19,6 mil indígenas e 137,7 mil trabalhadores de saúde. A meta é vacinar pelo menos 80% da população de cada grupo. 

A vacina estará disponível nos postos especificados pelas Secretarias municipais até o término da vacinação, no dia 25 de maio. Na largada da campanha acontecerá o Dia D, quando haverá uma mobilização especial com pontos extras de vacinação. 

As crianças com idade entre 6 meses e menores de 2 anos receberão a vacina da influenza em duas doses, com 30 dias de intervalo. Aquelas que já receberam anteriormente, mesmo que com esquema incompleto, tomam apenas uma dose. 

A vacina da influenza é composta de vírus mortos, ou seja, que não há risco de causar a doença. De acordo com o Programa Estadual de Imunizações, as contra-indicações são apenas para aquelas pessoas com reações alérgicas à ingestão de ovo ou a qualquer outro componente da vacina. 

Desde 1999, quando começaram as campanhas nacionais de vacinação do idoso, utiliza-se a vacina sazonal trivalente. A composição da vacina, para os hemisférios Sul e Norte, é determinada pela Organização Mundial da Saúde (OMS) via monitoramento das cepas circulantes em todo o mundo e da identificação das mais prevalentes. 

A vacinação se mostrou amplamente eficaz no controle do vírus da gripe A (H1N1). Após a pandemia de 2009, quando foram contabilizados mais de 3,5 mil casos e 297 óbitos, a campanha do ano seguinte - na época específica para a H1N1 - evitou que fossem registrados novos casos. Em 2011, uma segunda onda foi registrada, mas com menor impacto, isso em virtude da maior proteção da população. Foram 104 casos confirmados, sendo que 15 deles evoluíram para óbito.


Assessoria de Comunicação Social (SES/RS)
http://www.saude.rs.gov.br/wsa/portal/index.jsp?menu=noticias&cod=28402

quinta-feira, 29 de março de 2012

Nota de esclarecimento do COFFITO sobre a decisão do TRF1 de restringir o exercício da Acupuntura à Medicina

 
No último dia 27, o Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF1) julgou o pedido do Conselho Federal de Medicina sobre a restrição do exercício da Acupuntura somente aos médicos. Com isso, ficariam os fisioterapeutas e terapeutas ocupacionais, além de outros profissionais impedidos de exercer a Acupuntura.
 
O Conselho Federal de Fisioterapia e Terapia Ocupacional (COFFITO) esclarece que, o julgamento realizado no TRF1 não produzirá efeitos, enquanto não houver a publicação do Acórdão referente à decisão.
 
O conteúdo será examinado pela Procuradoria Jurídica do COFFITO, em conjunto com todas as Procuradorias Jurídicas dos Conselhos Regionais de Fisioterapia e Terapia Ocupacional (CREFITOS), para que sejam adotadas medidas que possam reverter a situação, referente à prática por fisioterapeutas e terapeutas ocupacionais.
 
Vale salientar que os órgãos competentes para a última palavra são o Superior Tribunal de Justiça (STJ) e Supremo Tribunal Federal (STF). Portanto, a situação atual dos profissionais que exercem a Acupuntura, não há de sofrer qualquer alteração, enquanto não forem examinados e esgotados os recursos que serão utilizados pelo Sistema COFFITO/CREFITOs, para fazer valer o legítimo direito de seus profissionais.

quinta-feira, 22 de março de 2012

COFFITO elege gestão para o mandato 2012 - 2016

(Brasília 21/03/2012) O Coffito realizou, em sua sede em Brasília, no dia 21 de março, eleição para o mandato 2012-2016.
A chapa "Dignidade e valorização profissional" foi eleita por unanimidade dos votantes.

A inscrição da referida chapa foi aprovada por unanimidade pelos delegados eleitores na sessão preliminar de preparação da eleição, realizada no dia anterior, na sede do conselho, em Brasília.

Estiveram presentes na reunião os delegados eleitores de todos os CREFITOS e que formam o colégio eleitoral.

O processo eleitoral acontece de acordo com a Resolução do COFFITO nº. 349, de 2008.                    

Composição da gestão 2012-2016 do COFFITO

Conselheiros Efetivos:
Dr. Roberto Mattar Cepeda - Crefito 8
Dra. Luziana Carvalho Maranhão - Crefito 1
Dra. Elineth da Conceição Da Silva Braga - Crefito-12
Dr. Cássio Fernando Oliveira da Silva - Crefito-9
Dra. Patrícia Luciane Santos de Lima - Crefito-8
Dr. Wilen Heil e Silva - Crefito-2
Dr. Marcelo Renato Massahud Júnior - Crefito-4
Dra. Patrícia Rossafa Branco - Crefito-8
Dr. Leonardo José Costa De Lima - Crefito-3

Membros Suplentes:
Dr. Ricardo Lotif Araújo - Crefito-6
Dr. Glademir Schwingel - Crefito-5
Dr. José Wagner Cavalcante Muniz - Crefito-12
Dr. Augusto Cesinando Carvalho - Crefito-3
Dra. Fernanda Vieira Guimarães Torres - Crefito-10
Dra. Ana Rita Costa de Souza Lobo Braga - Crefito-11
Dr. Cleber Murilo Pinheiro Sady - Crefito-7
Dra. Maria Luiza Vautier Teixeira - Crefito-8

quarta-feira, 21 de março de 2012

As Equipes de Saúde em risco: o projeto de lei do Ato Médico e seus riscos para o usuário da “saúde” no Brasil


No Brasil, quando falamos em SAÚDE, falamos do quê? Falamos de um produto tal qual algo que compramos no supermercado? Falamos de um “ganha-pão” de uma série de trabalhadores da área da saúde, formados em escolas de nível médio e superior? Falamos de um filão de negócios para uma indústria da doença, que enriquece a custa da venda de medicamentos? Falamos de tudo isso, ou de nada disso?

Falamos de tudo isso e, muitas vezes, esquecemo-nos de colocar no centro da conversa um participante fundamental: aquele sujeito que no desenrolar da sua vida quer ser feliz e que, para isso, precisa ter acesso aos dispositivos que dão conta da sua saúde, tanto na sua promoção quanto na prevenção de doenças e agravos e, em havendo a doença, no seu diagnóstico precoce, no tratamento adequado segundo sua necessidade. Focar a discussão do tão falado “Projeto de Lei do Ato Médico” neste aspecto é fundamental para recompormos as coisas em seu devido lugar.

Desde o início desta discussão, em 2002, as querelas fixam-se em torno de uma disputa de mercado, no qual as profissões defendem o seu quinhão, o seu espaço na partilha dos “atos de saúde”, desenvolvidos ao longo da história. As profissões da saúde, nas últimas décadas, especializaram-se na sua construção teórica e prática e isto significou um acréscimo fundamental na condição de vida dos brasileiros. O cidadão tem à sua disposição hoje uma equipe multiprofissional e isto é ótimo. Ganhamos todos com isso, o que se reflete, por exemplo, numa vida mais longa e com mais qualidade.

O Projeto de Lei do Ato Médico quer, de certa maneira, reverter os avanços das últimas décadas ao centralizar a decisão sobre o processo assistencial do usuário de serviços de saúde nas mãos de um único profissional. Legalmente, proíbe-se que vários dos atos atualmente partilhados entre diferentes profissionais sejam praticados por enfermeiros, fisioterapeutas, psicólogos, entre outros. Cabe ao médico o diagnóstico nosológico, unicamente, e a partir dele, distribuem-se as tarefas que os outros devem desempenhar. Cria-se uma clara hierarquia, um monopólio na decisão, violando a equipe de saúde interdisciplinar, desqualificando-a.

De prático, o que isto pode gerar? Uma eminente maior dificuldade de acesso das pessoas aos serviços de saúde em geral, visto que praticamente tudo fica atrelado à ideia de que primeiro precisaríamos consultar um médico. Um segundo aspecto é que esta centralização na figura de um profissional encareceria o acesso à consulta, visto que atualmente já há certa escassez de profissionais médicos especialistas, por exemplo. No Sistema Único de Saúde isto se torna ainda mais dramático, na medida em que se percebe uma dificuldade enorme de fixar o profissional em cidades pequenas e médias.

Quem “paga o pato”, ao fim e ao cabo, é a população. Centrar a decisão em saúde nas mãos de um profissional nunca foi garantia de qualidade. Pelo contrário, todas as profissões têm os seus excelentes, os bons, os medianos, medíocres e maus profissionais. Na imprensa vimos exemplos a toda hora. Na vida prática do dia a dia, também. A equipe de saúde permitiu que diferentes olhares estivessem “de olho” na saúde das pessoas. Avançamos, apesar dos problemas que ainda enfrentamos neste país. O acolhimento, a escuta, o cuidado, o vínculo, a interdisciplinaridade, tudo isso são conceitos que vêm sendo buscados por profissionais incansáveis, por toda parte. Equipes de saúde, que comportam médicos também. Equipes de saúde, que são parceiras, corresponsáveis pelas pessoas com as quais trabalham. Equipes de saúde que, com o Projeto de Lei do Ato Médico, correm sério risco. E, sem a equipe, quem perde de fato, senão o pobre cidadão brasileiro pagador de impostos e que merece maior respeito na condução da sua vida?