domingo, 8 de maio de 2016

Preconceito, justiça e injustiça: a miséria humana


Outro dia um cidadão de Lajeado, do alto dos seus 'direitos', lascou na minha cara: "por que eu sou brasileiro, eu mereço, e vocês ficam oferecendo coisas da saúde para essa negada do Haiti, para esses de Cuba... isso é injusto, eu pago imposto".
Doeu nos ouvidos, doeu na alma.
É a miséria humana falando.
O cidadão tem seus motivos, é eleitor, provavelmente pagador de impostos, e defendia o seu interesse individual; nada a obstar quanto a isto. Agora, o rompante da ira, a desqualificação do outro, revelam o preconceito que está na mente e no corpo, abrindo espaço para a injustiça.
Eu, você que lê este texto, somos nascidos e crescidos dentro de trajetórias individuais e nisto enfrentamos nossos próprios problemas.
Para alguns, conquistar algo demandou mais esforço. Para outros, as coisas vieram mais facilmente.
É da vida, da sorte, do "bem nascer".
Mas isto não nos coloca na condição de nos julgarmos melhores que qualquer outra pessoa.
Ser brasileiro, gaúcho, lajeadense, não nos qualifica como especiais, como supra-sumos, como seres com direitos superiores a qualquer ser humano.
Des(qualificar) o outro com expressões racistas, pejorativas, denegrindo o humano pela sua cor, sua orientação de gênero, sua classe social, seu local de nascença é a expressão da falta ética em que estamos embrenhados enquanto sociedade. Dá para se falar páginas e páginas sobre isso. Vou parar por aqui... estou aqui apenas desabafando...

Nenhum comentário:

Postar um comentário