sexta-feira, 23 de abril de 2010

O exercício profissional do fisioterapeuta e do terapeuta ocupacional

Estamos em abril de 2010 e a economia brasileira está aquecida. Noticiários dão conta diariamente de que criam-se empregos e que o consumo de bens de qualquer espécie está em alta. O salário mínimo nacional é de R$ 510,00, o que à valores de hoje representa algo em torno de 290 dólares. Lançamos estes números para constatar que houve um incremento no poder de compra da população, visto que há alguns anos lutava-se por um salário mínimo de pelo menos 100 dólares.


E, no entanto, quando discute-se a realidade do mercado profissional para fisioterapeutas e terapeutas ocupacionais fica sempre a sensação de que há saturação, faltam oportunidades e que os ganhos oriundos do trabalho são insuficientes frente à realidade da vida. Somos cerca de 8 mil profissionais no RS, entre fisioterapeutas e terapeutas ocupacionais, espalhados em 496 municípios, interagindo de uma forma ou outra com 11 milhões de gaúchos. Calculando, são 1.375 gaúchos por profissional. Em tese, cada um de nós é responsável pela saúde de 1.375 gaúchos.


Propõe-se aqui a reflexão quanto ao exercício profissional e a responsabilidade individual e coletiva no desenvolvimento do campo de trabalho. E, neste sentido, nenhum sujeito é capaz, individualmente, de resolver as dificuldades quanto ao exercício profissional. Pelo contrário, é fundamental que tenham-se em mãos instrumentos para o crescimento. E é em cima disto que propomos:


  1. Qualificar a articulação regional – em defesa da autonomia profissional e dignidade econômica.

  2. Defender o pleno direito ao trabalho – contra a lei do ato médico

  3. Desenvolver fiscalização proativa – respeitando a legalidade administrativa e ética

  4. Criar Câmaras Técnicas para ampliar mercado de trabalho


A primeira questão é: qual o significado de insistir na qualificação da articulação regional, na forma de associações, sociedades e assemelhados? E a resposta é óbvia: conjugar esforços, aproximar os profissionais, suas trajetórias, suas dificuldades e construir, assim, uma certa unidade em torno da identidade comum dos diferentes sujeitos. Fortalecer nosso capital cultural, nosso saber teórico-prático e, por conseguinte, incrementar o reconhecimento do público quanto as duas profissões. Nossa autonomia profissional e a dignidade econômica estão sujeitas a esta inserção efetiva na sociedade.


Quanto à autonomia, a defesa efetiva das nossas profissões passa pela liberdade de executarmos nossos métodos e técnicas, fazermos uso dos recursos que temos no desenvolvimento de nosso trabalho e de cooperarmos com nossos pares e demais membros da equipe de saúde. O projeto de lei do ato médico foi e é uma ameaça. Reagir às tentativas de cerceamento das nossas atividades é a resposta que podemos implementar. E a participação de todos os colegas, com as ferramentas que estiverem às suas mãos é fundamental. Trata-se de uma atuação pautada na ética profissional, no envolvimento com a categoria em que está inserido, com qualidade, comprometimento e engajamento militante.


Para que as nossas profissões sejam dignas de respeito é importante que os profissionais atuem na legalidade e amparados na ética. Cabe ao conselho, também, primar pela legalidade no exercício profissional. A fiscalização é atribuição do conselho e ela deva ter caráter educativo, sempre que possível, e repressiva quando necessário. O mau profissional deve ser a exceção à regra. O bom profissional deve ser a regra, deve ser estimulado nas suas práticas, significando ser reconhecido pela sociedade.


Por fim, a construção da Fisioterapia e da Terapia Ocupacional não é obra de poucos sujeitos. É a construção de um coletivo que alcança, no Brasil, mais de 130 mil profissionais. E milhões de pacientes/usuários. Avançar nesta construção não é tarefa de poucos. Propomos a criação de Câmaras Técnicas para analisar e sintetizar estas construções, trazê-las às práticas técnico-científicas e incorporando estes diferentes conhecimentos ao nosso fazer, o que por consequência significa ampliar o nosso "mercado", as oportunidades de trabalho e o ganho financeiro, merecido.


Por tudo isso, a Fisioterapia e a Terapia Ocupacional se fazem pela Construção Coletiva de sua história. Assim avançamos e por isso contamos com seu apoio. No dia 29/05, vote Chapa 1 – Construção Coletiva para a gestão 2010-2014.




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