sábado, 11 de dezembro de 2010

Qual modelo de gestão queremos para a saúde do Vale?

Virgílio Goerck publicou três interessantes artigos no Informativo do Vale nas últimas semanas, reportando-se à questão da saúde pública e suas dificuldades. Falou do financiamento, da organização da rede e da gestão. Tocou nos pontos que interessam, e o tema se presta ao bom debate. Saúde não se faz sem conhecimento, sem habilidades específicas, sem atitudes construtivas e sem a condução correta dos recursos disponíveis.

Por muito tempo nosso sistema nacional de saúde pautou-se no hospital, tão somente. Os hospitais não davam conta, o dinheiro era sempre insuficiente e deu no que deu. Os mais antigos talvez lembrem da década de 1980, quando os hospitais trabalhavam e recebiam o pagamento três a quatro meses depois, em tempos de hiperinflação. Isto foi antes do SUS.

O SUS traz outra proposta, fala em promover saúde, em prevenção, em qualificar a assistência. Avançamos: a Saúde da Família, por exemplo, alcança mais de 100 milhões de brasileiros. Bem ou mal, mostrou resultados e, em muitos lugares, esvaziou os hospitais, diminuindo a necessidade de internação por doenças do dia a dia.

Onde quero chegar? Bem, se quisermos avançar na região os municípios e o estado não podem optar entre uma prioridade ou outra. Não é só uma questão de tabela de valores a serem pagos. Também é isto. Mas a articulação para melhorar o quadro na região passa por atitudes que aproximem os agentes políticos. Aprufundar o diálogo e acertar os ponteiros. Quais agentes? Municípios e Consisa, Coordenadoria de Saúde, Univates, AMVAT, AVAT, CODEVAT, MP, Sindicatos, Hospitais, entre muitos outros.

Mas, de tudo isto, conversando com muitos ao longo de todos estes anos, percebo na região uma grande vontade de acertar, o que já trouxe muitas coisas boas. Se fizermos um balanço veremos que houveram muitas iniciativas importantíssimas, bancadas por recursos públicos (da União, do estado e municípios) em boa parte.

Então, qual o modelo de gestão? Há muitos caminhos. Mas a verdade é que na dinâmica social acelerada em que se vive, o modelo de gestão não pode centralizar-se numa das pontas do problema. A realidade social é muito mais complexa e exige o diálogo. O novo governo eleito em outubro tem apontado nesta direção. Tanto Tarso quanto Dilma trazem a marca da gestão pública competente em suas carreiras. Não haverão de decepcionar a população. É isto que esperamos.

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