(texto publicado no Jornal O Informativo do Vale, em 06/01/2011)
Faz anos que o nosso Vale do Taquari canta, em prosa e verso, que aqui temos qualidade de vida; exaltamos nossa natureza, o rio, os morros e seu verde, as paisagens, ar puro, nossa gente. Parto deste ponto tendo em vista reportagem de 05/01 no jornal O Informativo do Vale, a qual fala de Saneamento Básico. A reportagem, muito bem posta, revela que esta é uma área sensível na nossa região: nossa rede de esgoto cloacal é pífia, praticamente inexiste, todo o resíduo se vai chão a dentro, contaminando nossos solos e lençol freático. Qual o preço que pagamos, enquanto sociedade?
Os problemas ambientais que enfrentamos, entre os quais destaco aqui o esgoto, a qualidade da água e o destino do lixo, têm muito a ver com a saúde. Muitas das situações que vão derivar em adoecimento são consequência do ambiente de vida em que estamos. Más condições, por óbvio, são porta aberta para a doença, o que demanda mais serviços de saúde, internações, custo com medicamentos e, na pior das hipóteses, sequelas e mortes. Portanto, trata-se de um tema importante e que deve estar na agenda do poder público.
Nossa cultura quanto aos problemas ambientais é de omissão, ainda. Poucos são os que separam o lixo, por exemplo. Vem de tempos esta postura e, frente à isto, não dá nem para condenar as administrações públicas, pois o comportamento é coletivo, é de todos. Fechamos os olhos, vamos empurrando com a barriga, negligenciamos a educação ambiental.
A questão é que 21 municípios se mexem agora para formular seu Plano de Saneamento Básico. Ótimo, avançamos. Mas ainda falta envolver a sociedade nesta empreitada já que se trata de uma questão de todos, intersetorial. É das grandes cidades, é das pequenas cidades. Construir uma região saudável, em todas as suas dimensões, se impõe enquanto projeto social.
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