sábado, 14 de setembro de 2013

Quando a droga vence uma batalha

O dia 10 de setembro é o Dia Mundial de Prevenção ao Suicídio. Nossa região está entre aquelas que têm maiores índices, em termos nacionais. Uma série de ações visam enfrentar este problema crônico, de causa multifatorial. Pois, neste mesmo dia 10, o consumo de drogas e, especificamente, do crack, teve uma vitória sobre todos nós, ao provocar uma morte por suicídio aqui em Lajeado. Um jovem de 29 anos tirou sua própria vida, possivelmente consumido pelo desespero de não suportar sua situação de dependência. Ele estava abstêmio a 25 dias mas sucumbiu. O rapaz era acompanhado no Ambulatório Municipal de Tratamento da Dependência Química, estava vinculado, sentia-se bem, animado com o quase um mês limpo. Sentia-se acolhido pela equipe dedicada que trabalha sob a coordenação da psicóloga Josiane Hilgert. Mas, pelas coisas não ditas, no silêncio de seu sofrimento, no ato mais extremo, a tragédia se consumou. Na sua carreira de consumidor de drogas foram 45 as internações. Isso mesmo, 45! Muitas delas foram compulsórias. Na rebeldia do vício, fugia, recaía, se arrependia, internava novamente e nesta ciranda sua vida se esvaía no sofrimento de todos (as) as pessoas que lhe conheciam e que torciam pela sua recuperação. À cada internação a esperança de que dessa vez o desfecho seria outro. Mas a droga é poderosa nos seus falsos encantos. Destrói resistências, aniquila o espírito, silenciosamente. Por momentos de alívio, vidas em vão. Toda guerra é feita de batalhas. Há vitórias e derrotas. Nessa semana perdemos uma das batalhas. Um símbolo para lembrarmos de quão dura é a jornada. Mas a boa luta é aquela que vale a pena e resgatar vidas é uma missão que ultrapassa a compreensão da maioria de nós. Meu profundo respeito à todos aqueles que dedicam sua vida no combate verdadeiro à dependência química. Não esmoreçam, persistam. À sociedade fica a mensagem do quanto o problema é sério. Nossa cidade têm várias ações efetivas contra das drogas, já de há muitos anos. Perdemos uma vida. Nos condoemos na derrota mas, ao mesmo tempo, sacudimos as dores e seguimos nas batalhas do dia a dia. Haverão vitórias, com certeza. 

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