terça-feira, 22 de junho de 2010

O Câncer de Mama é problema para a região do Vale do Taquari? Sim, mas há caminhos abertos para enfrentá-lo

 

De acordo com a Lei Federal 11.664/2008, todas as mulheres com mais de 40 anos têm garantido o acesso ao exame de mamografia, para fins de rastreamento do câncer de mama, via Sistema Único de Saúde (SUS). Esta iniciativa é importante tendo em vista que este câncer ainda é dos mais presentes, com cerca de 5.000 novos casos a cada ano, no Rio Grande do Sul. São 80 casos a cada 100 mil mulheres. Somente no ano de 2006 foram 1.021 as mulheres que morrerem por esta doença, no Estado.

Ao trazermos estes números para a região do Vale do Taquari podemos calcular o impacto do câncer de mama entre as mulheres locais. Nossa região tem 371.115 habitantes, espalhados em 42 municípios, segundo o mapa da 16ª Coordenadoria Regional da Saúde. É a estimativa do IBGE para 2009. As mulheres representam 51% deste total e entre estas 40,4% têm mais de 40 anos. Ou seja, 76.464 mulheres têm mais de 40 anos, idade a partir da qual aumenta muito a chance de desenvolver o câncer de mama.

A partir destes números, podemos afirmar que cerca de 60 mulheres desenvolverão o câncer de mama este ano e 15 morrerão. São mulheres que passarão por tratamentos agressivos como a quimioterapia e a radioterapia e possivelmente serão atendidas pela Fisioterapia. A qualidade de suas vidas será imensamente prejudicada e o preocupante é que estes números estão aumentando, apesar das campanhas de prevenção, do estímulo ao auto-exame de mama.

Mas a preocupação persiste e atualmente o SUS regional vem aumentando o acesso à mamografia. É sabido que o diagnóstico precoce permite maiores chances de sucesso no tratamento, aumentando a sobrevida, evitando mutilações e sequelas psicológicas. Este aumento é considerável, na medida em que até meados de 2009 a rede do SUS não oferecia mais do que cerca de 80 exames mensais e, atualmente, são oferecidos 694 exames bilaterais para fins de rastreamento e 120 exames unilateriais, ou seja, um total de 814 exames. E, em breve, serão 914, com mais 100 exames em processo de contratação. Serão então 10.968 exames anuais.

Veja-se, passamos de 80 para 914 exames mensais. Uma evolução e tanto. Cada município da região tem uma quota deste montante e as mulheres acessam por meio das unidades básicas de saúde, via encaminhamento médico/de enfermagem. Atualmente os prestadores são o Hospital Bruno Born (320 exames), o Hospital Ouro Branco, de Teutônia (264 exames), o Hospital São José, de Arroio do Meio (50 exames), a Clínica Imagem, de Estrela (80 exames) e o Hospital Santa Terezinha, de Encantado, o qual realiza 100 exames mensais e aumentará sua quota para 200 exames mensais.

Obviamente que oferecer mais exames não resolverá o problema. Contiuaremos a ter mulheres com câncer de mama. Mas, o que se espera é que a integralidade da assistência a saúde seja aperfeiçoada, na medida em que as situações suspeitas sejam imediatamente investigadas. Ganham as mulheres do Vale. Ganha a sociedade.

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