domingo, 26 de maio de 2013

Bicicletas, ciclovias e o vereador Sergio Rambo

Eu sou absolutamente favorável às bicicletas. São ecológicas, saudáveis, estimulam a convivência. Tenho amigos inestimáveis que se aventuram por 400, 600 km. Temos bicicletas aqui na família e, embora não seja um praticante assíduo, de vez em quando encaramos a "magrela". O caso aqui é o debate em Lajeado em torno da fala do vereador Rambo, na última terça-feira, e que está gerando uma grande repercussão. Eu não estive na sessão da Câmara. Por isso, fui a site da rádio Independente (abaixo o link) para ouvir o que exatamente foi dito. Eu creio e digo sempre que é muito perigoso emitirmos opiniões sobre tudo e todos sem estarmos por dentro do que se trata. Fala-se com o coração apenas, sem a reflexão necessária, e isto muitas vezes leva a opiniões rasas. 
O título da matéria retrata exatamente o que o vereador aponta: pensar sobre a fixação de horários específicos para uso da ciclovia e, ao mesmo tempo, liberando o estacionamento de veículos em outros horários. O tema é polêmico por si só e o vereador foi muito corajoso por abordá-lo. Merece palmas pela coragem, afinal a câmara de vereadores é, também, lugar em que se debate a cidade e suas encrencas. E o conflito excesso de veículos, falta de lugar para estacionar, subcultura do uso da bicicleta, transporte urbano insuficiente é hoje um tema recorrente em qualquer cidade de médio ou grande porte. Apontam-se soluções, sempre paliativas, que resolvem por um tempo, apenas.
Limitar horários em ciclovias é uma solução estranha, ainda mais que a prefeitura (leia-se nós, contribuintes) gastou R$ 980 mil reais, segundo informações colhidas. É uma fortuna! Mas os argumentos do vereador são contundentes: na maior parte dos cerca de 20 km da ciclovia, são raras as bicicletas. E isto nos coloca em outro brete: como fazer com que a bicicleta seja um meio de transporte mais cotidiano? Eis o ponto: mudar a cultura do automóvel, tão "fácil" de ser adquirido, tão estimulado pelo mercado que vende.
Eu quero dizer que não me agrada a ideia do vereador Rambo, prefiro que se estimule a bicicleta e que ela seja respeitada no trânsito do dia a dia (o que não é, vide o número de ciclistas que são atropelados). Mas, saúdo-o pela coragem de mexer na abelheira. Isto é muito necessário para que o tema seja debatido. Mexe com brios e isto pode, inclusive, fazer com que todos nós pensemos em alternativas outras que não limitar a ciclovia. Como reduzir o número de veículos nas ruas? Como fazer com que a gente use mais o ônibus? Como fazer com que a bicicleta não seja apenas uma companheira do fim de semana, mas sim do dia a dia? Sim, muitas perguntas. Respostas? Elas cabem a cada um de nós. É um problema de todos nós. O problema é que cada um de nós quer manter o seu direito de dirigir e estacionar e joga na conta do outro que mude sua cultura. Ou seja, "meus problemas é o que importam". Será que é isso mesmo? Os problemas do trânsito são de todos.

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