domingo, 20 de janeiro de 2013

A questão da UTI pediátrica e da UTI neonatal de Lajeado


Nas últimas semanas a questão das UTIs pediátrica e neonatal está na pauta dos debates. Falamos muito da UTI de Lajeado. É preciso lembrar também daquela que está no Hospital Estrela. Nossa rede de UTIs na região, à princípio, seria suficiente (ou quase) se só atendêssemos à população do Vale do Taquari. Mas não: hoje, com a rede estadual, atendemos um percentual alto de crianças de outros lugares. E, eventualmente, crianças nossas acabam por ser deslocadas para outros lugares. Triste realidade, mas necessária frente à carência de leitos e à má distribuição dos mesmos pelo estado. Há cidades com muitos leitos de UTI. Há regiões que praticamente não tem leitos. O motivo disto é que é caro implantar um leito de UTI. E muito caro mantê-lo também. As portarias ministeriais, formuladas tecnicamente, não estão erradas: o que se quer é que a criança (e o adulto) que interna na UTI seja atendida dentro de padrões técnicos especiais, minimizando riscos e mortes. Quando isto não acontece, o percentual de óbitos aumenta e isto ninguém quer.
O problema é que as portarias mexem em estruturas consolidadas e periodicamente exigem que os serviços se qualifiquem. Por exemplo, não faz muito que a evolução da legislação exigiu que as equipes que trabalham na UTI tivessem qualificação específica, formação posterior à graduação. Isto, do ponto de vista da técnica e da sobrevida dos pacientes é bom. Mas encarece o atendimento. Há então uma pressão sobre o hospital para que se adapte e normalmente são dados prazos para isto. É o caso que vivenciamos agora: novembro é o prazo.
A questão então é que os passos no campo da política já estão sendo dados. Na semana passada vimos o deputado Ênio Bacci acenando com recursos via emendas parlamentares. A Secretaria Estadual de Saúde acena com apoio. Eu mesmo, dia 09/01, em reunião com Márcio Slaviero, coordenador do Departamento de Coordenação das Regionais de Saúde, da SES/RS já manifestava a preocupação quanto a conciliar a técnica com a política. Não é possível simplesmente desfazer o que está instituído. Nossas UTIs pediátricas trabalham bem, têm profissionais que se capacitaram para este trabalho e vêm desenvolvendo um bom trabalho. Fechar UTIs não é a solução. Adequar-se, dentro do devido prazo, com os recursos que forem necessários, parece ser o caminho óbvio. A partir disto, me parece óbvio que é possível sairmos bem dessa “sinuca de bico”. Todos dizem que no nível federal temos recursos para investir em saúde, “basta termos bons projetos”. Bem, sendo assim, formule-se o projeto e encaminhe-se. Conheço a direção do HBB e imagino que o projeto já esteja pronto, ou quase. Tenho fé que a questão vai ser bem resolvida. Desde já nos colocamos a disposição para participar desta cruzada em benefício de nossas UTIs.  

Nenhum comentário:

Postar um comentário