terça-feira, 26 de fevereiro de 2013

O que Santa Maria nos ensinou?


Faz um mês já. Mais de vinte ainda estão no hospital, assistidos pelo SUS, sobrevivendo, lutando pela vida, nas mãos de profissionais da saúde. Mas, 239 morreram. 239! Todos os dias nós vimos notícias vindas de lá. Responsabilidades estão sendo apuradas. O empurra-empurra é diário. Alguém não fez o que devia ser feito. Ou, muitos não fizeram. E, nisso tudo, 239 morreram.

O que Santa Maria nos ensinou? A boate Kiss tinha problemas, estava visto. Depois do acontecido muitas vozes denunciaram os problemas de antes, mas ninguém, de fato, tinha feito algo. Ela funcionava. E se dá a tragédia. O que está posto é que há regras, legislação, leis, que dizem o que fazer e o que não fazer. Talvez nem tudo que está no papel, planejado, funcione exatamente como tem que ser na hora que as coisas acontecem. Mas, se nada está no papel, se nada foi pensado, não se tenha nenhuma dúvida, nada vai dar certo. O improviso, neste caso, é mortal. E foi.

No caso da saúde vivemos situações semelhantes no dia a dia. O improviso é a causa das muitas “dores de cabeça” pelas quais passamos. Coisas mal construídas, mal combinadas, durante décadas, descambam na incerteza. Não há jeitinho. A regra, no caso, é dura e rígida.
Vejamos o caso da Vigilância Sanitária. Quando ela alivia, o que acontece? Alguém se machuca, passa mal, se queima, intoxica, morre. É compreensível que a outra parte, o vigiado, se sinta oprimido, se sinta coagido frente às regras. Mas, acreditem, o que a regra quer é proteger ao usuário de um serviço. Não é simpático, mas necessário. Salva vidas, garante qualidade de vida.

Se nós aprendemos alguma coisa com Santa Maria é que com a vida não se brinca. Em todas as circunstâncias. Um trabalho árduo que requer que as forças da comunidade queiram fazer juntos, na crítica propositiva, na elaboração de propostas, estratégias, sistematização de ideias. No juntar das mãos em torno de algo maior que o interesse particularista que ultrapassa a vida solidária. Caminhamos...

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