Faz um mês já. Mais de vinte
ainda estão no hospital, assistidos pelo SUS, sobrevivendo, lutando pela vida,
nas mãos de profissionais da saúde. Mas, 239 morreram. 239! Todos os dias nós vimos
notícias vindas de lá. Responsabilidades estão sendo apuradas. O
empurra-empurra é diário. Alguém não fez o que devia ser feito. Ou, muitos não
fizeram. E, nisso tudo, 239 morreram.
O que Santa Maria nos ensinou? A
boate Kiss tinha problemas, estava visto. Depois do acontecido muitas vozes
denunciaram os problemas de antes, mas ninguém, de fato, tinha feito algo. Ela
funcionava. E se dá a tragédia. O que está posto é que há regras, legislação,
leis, que dizem o que fazer e o que não fazer. Talvez nem tudo que está no
papel, planejado, funcione exatamente como tem que ser na hora que as coisas
acontecem. Mas, se nada está no papel, se nada foi pensado, não se tenha
nenhuma dúvida, nada vai dar certo. O improviso, neste caso, é mortal. E foi.
No caso da saúde vivemos
situações semelhantes no dia a dia. O improviso é a causa das muitas “dores de
cabeça” pelas quais passamos. Coisas mal construídas, mal combinadas, durante
décadas, descambam na incerteza. Não há jeitinho. A regra, no caso, é dura e
rígida.
Vejamos o caso da Vigilância
Sanitária. Quando ela alivia, o que acontece? Alguém se machuca, passa mal, se
queima, intoxica, morre. É compreensível que a outra parte, o vigiado, se sinta
oprimido, se sinta coagido frente às regras. Mas, acreditem, o que a regra quer
é proteger ao usuário de um serviço. Não é simpático, mas necessário. Salva vidas,
garante qualidade de vida.
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